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A Perseverance usa o processador dos iMac de 1998

NASA

A Perseverance, a sonda da NASA que pousou no dia 18 de fevereiro em Marte, é movida por um processador PowerPC 750, que foi usado no iMac Bondi Blue original da Apple em 1998.

Muitos podem considerar esta revelação um autêntico desperdício, uma vez que o processador dos iMac de 1998 tem apenas 10,4 milhões de transístores. No entanto, a New Scientist explica que utilizar um processador avançado neste rover seria, na verdade, um prejuízo para as condições únicas de operação de Marte.

E tudo se resume à radiação, dado que a atmosfera marciana oferece muito menos proteção contra a radiação nociva e partículas carregadas do que a atmosfera terrestre.

Uma forte explosão de radiação pode destruir os eletrónicos mais sensíveis de um processador moderno. Além disso, com uma sonda a 138 milhões de quilómetros de distância, a NASA não pode simplesmente trocar de processador se algum acidente acontecer.

iMac Bondi Blue

Há, porém, diferenças entre a CPU do rover e a do iMac. No fundo, a Perseverance contém a versão RAD750 que, além de ser mais eficaz contra a radiação, é 200 mil dólares mais cara (aproximadamente 166 mil euros).

Apesar de o processador ser fraco em comparação com um smartphone moderno, a NASA especifica que é muito mais poderoso do que os processadores dos rovers Spirit ou Opportunity: a velocidade de 200 MHz é 10 vezes mais rápida e, com 2 GB de memória flash, oferece oito vezes mais armazenamento.

Ainda assim, a decisão da NASA parece não estar relacionada com velocidade, mas com robustez e, acima de tudo, confiabilidade.

Liliana Malainho, ZAP //

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