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“Pérolas cósmicas” com 3 milhões de anos guardam evidências de impacto extraterrestre

Meyer Et Al. In Meteoritics and Planetary Science

Foram encontradas dúzias de pequenas pérolas de vidro – menores do que um grão de sal – em moluscos fósseis numa formação rochosa em Tamiami, no sudoeste do estado norte-americano da Flórida.

De acordo com a investigação, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica especializada Meteoritics & Planetary Science, estas pérolas são fruto de um ou mais impactos explosivos de corpos extraterrestres. O fenómeno, até então desconhecido, poderá ter ocorrido na Plataforma da Flórida ou próximo dela.

A análise levada a cabo pelos cientistas revelou que estas pérolas cósmicas são, na verdade, microtectitas, partículas que se formam quando o impacto de um meteorito na superfície da Terra eleva os detritos fundidos para a atmosfera, onde acabam por arrefecer, recristalizar e cair novamente.

Mike Meyer, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia em Harrisburg, no estado norte-americano da Pensilvânia, encontrou 83 destas partículas em 2006. Contudo, só vários depois é que decidiu analisar a sua origem.

O especialista estudou as características físicas e a composição elementar destes pequenos objetos, comparando-os com outras microtectitas, rochas vulcânicas e subprodutos de processos industriais, como as cinzas de carvão.

Segundo relatou o cientista, citado em comunicado, estas esferas possuem vestígios de metais exóticos, dando força à hipótese de que se tratam de microtectitas.

Os fósseis, que datam entre dois a três milhões de anos, foram encontrados em camadas geológicas diferentes, pertencentes a diferentes períodos de tempo.

De acordo com o Meyer, as camadas podem indiciar que o local foi afetado várias vezes por impactos cósmicos semelhantes ou então, completou, pode tratar-se de uma única camada de tectita “lavada durante milénios”.

Outra característica estranha nestes pequenos objetos é a sua elevada quantidade de sódio. “Este alto teor de sódio é intrigante, porque sugere um local muito próximo para o impacto”, explicou, dando conta que acredita que a presença deste elemento mostra que o objeto “atingiu uma reserva muito grande de sal ou do oceano”.

Infelizmente, agora é impossível fazer um estudo da camada original de onde Meyer encontrou as contas de vidro, uma vez que área foi intervencionada por uma empresa de construção.

ZAP //

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