A pressa de estudar e entender os mistérios do cérebro pode obrigar a comunidade científica a violar as suas responsabilidades éticas, através dos vários testes que têm como objetivo criar substitutos cultivados artificialmente, alertam os cientistas.
Os minicérebros, também conhecidos como organóides, tornaram-se num recurso muito importante na Neurociência nos últimos anos. No entanto, embora estes cérebros criados em laboratório e cultivados a partir de células estaminais não sejam tecnicamente considerados órgãos humanos ou animais, estão a tornar-se funcionalmente próximos o suficiente para justificar certas preocupações éticas.
Numa apresentação, que decorreu no maior encontro de neurocientistas do mundo, na semana passada, a equipa liderada por cientistas do Green Neuroscience Laboratory, em San Diego, defendeu que existe uma “necessidade urgente” de os investigadores desenvolveram uma estrutura de critérios capazes de estipular o que é a “senciência” – a capacidade para ter sensações ou impressões.
Os minicérebros estão a tornar-se muito parecidos com os nossos em termos de aparência, mas também muito semelhantes no que diz respeito aos substratos anatómicos, que estão a agora a aproximar-se muito da organização da rede local das estruturas encontradas em animais sencientes.
Nos últimos anos, os cientistas promoveram o minicérebro como uma alternativa económica e prática aos testes em animais. Organóides cultivados em pratos permitiram aos cientistas investigar as diferenças entre humanos e chimpanzés, e o ritmo acelerado segundo o qual este campo da Ciência está a evoluir assusta alguns especialistas.
Ohayon e os modelos computacionais da sua equipa sugerem que estamos “perigosamente perto” de desenvolver cérebros sencientes num prato, adianta o Science Alert.
“Apesar de sabermos que a complexidade e a diversidade de elementos celulares vivos permanecem incomparáveis, as culturas atuais já são isomórficas à estrutura e atividade cerebral senciente em domínios críticos e, portanto, podem ser capazes de apoiar atividades e comportamentos sencientes“, explicam os cientistas.
O Green Neuroscience Laboratory, nos Estados Unidos, é dirigido por Elan Ohayon e Ann Lam, dois neurocientistas que delinearam um “Roteiro para uma nova neurociência”: um conjunto de princípios éticos fundamentais projetados para excluir “metodologias tóxicas”, experiências em animais e métodos que violem os direitos, a privacidade e a autonomia de um indivíduo.
Na opinião destes especialistas, o estado atual de sofisticação da pesquisa em minicérebros significa que deveríamos oferecer os mesmos tipos de proteção aos organóides primitivos que podem ser complexos o suficiente para ter pensamentos e sensações.
Mas Ohayon e Lam não são os únicos a ter dúvidas. Num estudo publicado recentemente na Cell Stem Cell, neurocientistas da Universidade da Pensilvânia defendem que este campo precisa de diretrizes que hoje ainda não existem – especialmente no contexto das experiências nas quais os minicérebros cultivados em laboratório são transplantados para organismos hospedeiros de animais.
Ou seja por outras palavras a ciência é um perigo para a humanidade e são apenas os cientistas que avistam o perigo enquanto os outros não saem do sono rsrsrsrsrsrsrs
Haverá um dia em que nós mesmos seremos extintos para darmos lugar a máquinas com cérebro.
Não é a Ciência que é um perigo, nem são os cientistas os únicos que avistam esse mesmo perigo. O perigo são os próprios cientistas.
O verdadeiro perigo não está no conhecimento. O perigo vem da ignorância e dos que nela prosperam.
Muitos há que gostariam que a humanidade regredisse 500 anos. Felizmente (graças aos cientistas, por ex.) o caminho é o oposto.