Sem protector, sem guarda-sol: porque a pele humana resistia melhor ao sol, noutros tempos

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Há milénios, as pessoas andavam quase sem roupa. Mesmo em dias de 40 graus. Mas a pele resistia melhor do que agora.

Provavelmente, a leitora ou o leitor do ZAP nunca perguntou isto, quando está na praia. Mas pergunte agora: como é que os nossos antecessores, há milénios, se protegiam do sol em dias tão quentes?

Pois, protectores solares… Nada. Cremes ou outros produtos? Nada. Nem guarda-sol existia (pelo menos no formato actual).

Na altura, já havia abrigos. Os seres humanos de então criaram abrigos de pedra, ou mesmo cavernas. E provavelmente tinham cobertores – ou uma espécie de cobertores – para se protegerem do frio.

Mas a realidade é que nem roupas existiam. Pelo menos como as nossas, não. E, por isso, a rotina era passarem o dia praticamente nus e expostos ao sol. Quer estivessem 10 ou 40 graus.

Então as pessoas dessas épocas preocupavam-se tanto como a pele, como nós nos preocupamos agora? Não. Responde Jo Adetunji, no portal The Conversation.

Jo é antropóloga biológica e estudou a adaptação dos primeiros seres humanos ao clima, ao ambiente.

E explica que a pele vai reagindo, sozinha, à rotina da exposição solar. A epiderme vai ficando mais espessa, ao adicionar mais camadas de células.

A eumelanina é essencial neste artigo. A molécula que protege a pele da luz também absorve a radiação ultravioleta prejudicial. Influencia no processo de adaptação à luz e costuma tornar a pele humana mais escura, precisamente para a proteger.

O que acontecia noutros tempos é que, quanto mais intensa fosse a luz ultravioleta do sol, mais escura seria a pele das pessoas que habitavam nessa zona. Produzia-se mais eumelanina, na altura.

As pessoas praticamente não saíam da zona em que nasciam. E não tinham tectos. Por isso, ao longo do ano (e dos anos), a pele adaptava-se às condições do clima.

Como não havia choques térmicos – e as alterações climáticas nem eram assunto – não havia queimaduras solares, praticamente. A pele estava em constante adaptação, ajuste.

A pele, sem produtos, mostrava mais rapidamente uma pessoa velha, cheia de rugas, por exemplo. Mas a mesma pele, sem produtos, não precisava de protecções; já se protegia naturalmente.

A “fronteira” aconteceu há cerca de 10 mil anos: até aí as pessoas estavam quase sempre no exterior; a partir daí, gradualmente, viver entre paredes passou a ocupar, gradualmente, a maioria do tempo dos humanos.

E a pele começou a “queixar-se”, ao sair à rua.

ZAP //

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