Peixes e marisco vivos realizam testes covid

Estratégia chinesa passa agora por inserir zaragatoas em peixes, caranguejos e camaraões. Galinhas e gatos já fizeram o mesmo.

Cidades costeiras da China estão a testar peixes e marisco vivos como parte dos esforços mais recentes para impedir a propagação da variante altamente contagiosa do novo coronavírus Ómicron, no âmbito da estratégia ‘zero casos’ de covid-19.

A cidade de Xiamen, na província costeira de Fujian, no sudeste da China, encomendou testes de PCR para os pescadores e os peixes capturados, de acordo com o supervisor de pescas da cidade.

Nós testamos ao mesmo tempo humanos e aquilo que eles capturaram”, disse um membro do Departamento Municipal de Desenvolvimento Oceânico de Xiamen, citado pela imprensa local.

“Não somos o único lugar a fazer isto. Aprendemos a lição com [a província de] Hainan, que está a testemunhar um grave surto. Dizem que pode ter sido desencadeado pelo comércio de produtos marinhos entre pescadores locais e os seus colegas estrangeiros”, afirmou.

No fim de semana, o Hainan Daily, o jornal oficial da província insular de Hainan, no sul, informou que trabalhadores médicos da cidade de Danzhou testaram peixes em barcos de pesca, depois de a cidade ter entrado em confinamento, para combater um surto que se alastrou a toda a província.

Hainan registou cerca de 14.000 casos desde o início de agosto, incluindo cerca de 8.000 que são assintomáticos.

O surto foi impulsionado por uma subvariante da Ómicron descoberta pela primeira vez na China e que “muito provavelmente” foi importada por meio de transações de produtos entre pescadores locais e estrangeiros, disse o governo provincial, na semana passada, em conferência de imprensa.

Um vídeo de trabalhadores médicos da cidade a recolher amostras de frutos do mar vivos para testes de covid-19 rapidamente se tornou viral nas redes sociais do país.

No vídeo, funcionários de saúde, vestidos com traje de proteção, inserem uma zaragatoa na boca de um peixe. Os funcionários esfregam também zaragatoas nos corpos de caranguejos e camarões.

A mesma operação foi realizada em mercados de frutos do mar em Xangai, no final de março, durante o seu pior surto de covid-19, que levou a um bloqueio de dois meses.

Além de produtos aquáticos, testes de PCR foram realizados numa variedade de animais na China, incluindo galinhas e gatos, nos últimos dois anos.

As autoridades de saúde chinesas frequentemente vinculam casos importados a alimentos e correio.

A China mantém uma estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. Para além de campanhas de testes em massa e medidas de confinamento altamente restritivas, o país mantém as suas fronteiras praticamente fechadas desde março de 2020.

// Lusa

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