Pedro Nuno não vê a Temido que a maioria vê (e fez rir os socialistas)

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Filipe Amorim / Lusa

Líder do PS apareceu na campanha para as eleições europeias. Marta Temido, estreante neste contexto, admite que está “cansada”.

Ninguém lhe tira a simpatia, a cordialidade, mas Marta Temido apareceu nos debates para as eleições europeias como a candidata menos bem preparada para as conversas.

Muita hesitação, alguma desorientação em determinados assuntos, respostas já preparadas sem estarem inseridas no contexto da conversa; tudo entre os sorrisos já conhecidos e o respeito pelos adversários e pelos moderadores.

A candidata do PS terá estado ao nível de Pedro Fidalgo Marques (PAN) ou de António Tânger Corrêa (Chega) na lista de candidatos mais débeis nos debates televisivos.

E nem apareceu em nenhum debate radiofónico, nos frente-a-frente que a rádio Observador organizou. Foi a única cabeça-de-lista que recusou.

Mas Pedro Nuno Santos tem uma análise bem diferente: “É alguém que conhece a União Europeia como mais nenhum candidato sabe e mais nenhum candidato sabe o que é um Conselho de Ministros”.

A Marta tem-nos representado tão bem. A Marta Temido, ah… É muito boa, é temível na rua e em campanha“, afirmou.

O secretário-geral do PS apareceu na campanha para as europeias, em Almada, para lembrar o percurso de Temido enquanto ministra da Saúde: “É fruto do trabalho dela, da relação que ela construiu com os portugueses. Ao fim destes anos, ninguém se esquece. Ninguém se esquece! Foi testada como poucos foram testados”.

Depois, um momento em que fez rir os outros socialistas presentes no evento: “É a maior e a mais alta das candidatas”.

Marta Temido, que pouco antes tinha dito em Setúbal que está “cansada”, admitiu que é importante ter Pedro Nuno Santos nesta campanha.

“Temos de garantir que também os temas nacionais e a sua ligação aos temas europeus são mantidos. É muito importante ter a presença do secretário-geral”.

“Estamos a falar de uma campanha para as europeias, mas há muitos pontos de interceção e, portanto, é essencial, é muito importante, podermos contar com o apoio do secretário-geral”, comentou a candidata socialista.

É só Conselhos de Ministros

Pedro Nuno Santos aproveitou o momento para criticar o Governo liderado por Luís Montenegro, que “não é um Governo a governar”. É um Governo “em campanha permanente, sem estratégia, sem visão, sem coerência” e a “viver em intenso combate com o Governo anterior”.

E criticou o número de Conselhos de Ministros: “Faz vários Conselhos de Ministros por semana: sai uma sondagem que não lhes é agradável, mais um Conselho de Ministros; o PS tem um agendamento no Parlamento para aprovar uma medida, sai um Conselho de Ministros; o cabeça de lista da AD às europeias tem uma má performance na televisão, sai um Conselho de Ministros”.

Ainda atirou, a propósito das ideias do Governo para o IRS Jovem: “A direita, a AD, o PSD, sempre que governaram Portugal, governaram para a minoria. Nós nunca governaremos para a minoria!”.

E concluiu: as eleições europeias são mais do que eleições europeias. São “duas formas de estar na vida distintas, duas formas diferentes de olhar para os homens e para as mulheres, para os portugueses, para os europeus; são duas visões da sociedade que se confrontam”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

2 Comments

  1. Pois caro Pedrito, quem governa realmente tem que tomar decisões e é para isso que servem os conselhos de ministros. Ou pensavas que era só para rever os camaradas e dizer-lhes os quão espetaculares eles são?

  2. Ha diferenca entre um diplomata e um politico. Assim como ha entre um piloto de carreira aeronautica e um carroceiro.

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