Pedro Nuno criticou, mas afinal vai executar Orçamento de Costa

António Cotrim / Lusa

Pedro Nuno Santos

Depois de o criticar nos últimos meses, enquanto comentador, Pedro Nuno Santos vai mesmo avançar com o Orçamento de Estado para 2024 (OE2024) planeado pelo executivo de António Costa caso vença as eleições.

“O Orçamento vai ser aprovado e a partir de março continuará a ser executado“, garantiu o candidato à liderança do Partido Socialista (PS) ao Observador este domingo, um mês depois de dizer que o Orçamento se podia “fazer diferente, desde longo cumprir a trajetória de redução da dívida que tinha sido apresentada no Programa de Estabilidade”.

O ex-ministro das Infraestruturas defendeu agora que, se vier a liderar um Governo PS, deve “concentrar-se na execução do Orçamento para 2024 e na aprovação do de 2025″, aproximando-se da posição assumida pelo adversário José Luís Carneiro.

Recorde-se que o Orçamento pode ser alterado pelo Governo que sair das eleições antecipadas agendadas para 10 de março, prática comum em transições de Executivo.

Caso o PS vença, o OE2024 deve ficar intacto, igual ao que for votado esta quarta-feira e aprovado pela maioria socialista, de que faz parte o também deputado Pedro Nuno Santos.

As críticas de Pedro Nuno ao OE2024

Na SIC Notícias, Pedro Nuno disse em meados de outubro que o desvio orçamental de 4.4 mil milhões de euros (estava previsto défice de 0,9% e afinal haverá excedente de 0,9%) deveria “chegar à economia” – mas não chega.

“É uma margem muito importante que poderia ser usada, parcialmente, para resolver problemas na administração pública“, apontou.

E, porque “é fundamental que o Governo consiga fazer as pazes com grupos profissionais que estão em guerra”, o ex-ministro teria dado prioridade aos médicos.

“Tiveram perdas reais do poder de compra superiores a 20% nos últimos anos. Podemos investir na Saúde dignificando a carreira dos médicos”, descreveu.

Também teria dado prioridade aos professores no Orçamento de Estado para o próximo ano: “O Estado tem de perceber que tem de pagar para conseguir atrair e reter professores. O Governo deve procurar repor o que foi congelado em determinado momento”.

“Temos hoje resultados em matéria de receitas fiscais, de produto, que permitem que nós olhemos para os direitos dos professores de maneira diferente da que estamos a olhar”, acrescentou.

Pedro Nuno Santos também apostaria mais no investimento em investigação e desenvolvimento. Seria uma “qualificação da economia”.

ZAP //

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