Tanto a Associação Empresarial de Portugal como a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal opõem-se à reposição dos 25 dias anuais de férias.
O Parlamento discute esta sexta-feira a reposição do período de descanso de 25 dias, suspenso no tempo da troika, em 2012. Em discussão vão estar diplomas do PCP, do PAN e do Livre.
Estes mesmos diplomas que reivindicam a reposição dos 25 dias de férias, pretendem também a instituição das 35 horas semanais no setor privado, sublinha o Jornal de Notícias.
“A redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais colocaria a necessidade de mais 440 mil trabalhadores”, escreve o PCP no seu diploma, que pede também o regresso aos 25 dias de férias por ano.
O PAN diz que esta alteração daria “tempo para o lazer” e para a “recuperação física e psicológica do trabalhador”.
O Livre mais longe e, no seu diploma, defende até as 30 horas de trabalho semanal e 30 dias de férias.
“Esta majoração estava consignada no Código do Trabalho e era de aplicação geral. Com a consequente queda deste regime por força das medidas da troika, a hipótese da majoração passou a ser possível só através da negociação coletiva. A UGT defende a reposição deste regime no Código de Trabalho”, defende a União Geral de Trabalhadores.
Quem não parece concordar com a restituição dos 25 dias de férias são os patrões, devido à falta de mão de obra e à atual situação económica do país.
Citada pelo JN, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) argumenta que “a medida só iria agravar o problema no setor privado, que se debate com a falta de trabalhadores”.
A alteração, defende a AEP, só será possível “quando as políticas públicas melhorarem a eficiência da despesa pública, reduzirem a carga fiscal e criarem um enquadramento favorável ao aumento de produtividade”.
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) concorda, explicando que num “contexto de incerteza quanto à evolução económica” e “num quadro de escassez de mão-de-obra”, esta alteração é “menos oportuna”.
“Não é por aumentar o período de férias dos trabalhadores que a situação económica das empresas piora”, retalia a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.
Nem se esperava outra coisa dos patrõezecos portugueses!
Actualmente, 8 horas de trabalho por dia + 1 hora para almoço + 1 ou 2 horas para deslocações casa/trabalho (pelo menos, em grande parte dos casos) dá 10-11 horas diárias (ou mais) de tempo ocupado com o trabalho. São quase 12 horas! Onde é que estão as tais 8 horas para o trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de sono? Assim é impossível.
Como entidade patronal tenho 92 funcionários se passarem a 35 horas os artigos que vendemos iram subir entre 20 e 30%, estamos a falar de muitos bens de 1ª necessidade. O povo escolhe o que quer para o pais.