“Pensei que ia ser pior”. Mamona ficou em oitavo no triplo salto dos Mundiais de atletismo

Robert Ghement / EPA

Patrícia Mamona

Patrícia Mamona terminou a competição do triplo salto dos campeonatos do mundo de atletismo em oitavo lugar. A venezuelana Yulimar Rojas ficou com o título mundial.

A atleta portuguesa, medalha de prata em Tóquio2020, terminou a primeira grande prova internacional depois do sucesso nos Jogos Olímpicos com os 14,29 metros alcançados no seu quinto salto, em igualdade com a jamaicana Kimberly Williams, sétima classificada.

Yulimar Rojas, recordista mundial, voltou a dominar o concurso desta segunda-feira, nos Estados Unidos, ao saltar 15,47 — a melhor marca do ano.

Impôs-se à jamaicana Shanieka Ricketts e à norte-americana Tori Franklin, segunda e terceira classificadas, com 14,89 e 14,72, respetivamente.

Patrícia Mamona superou a qualificação em sofrimento, com dores nas costas, repetindo depois o oitavo lugar alcançado em Doha2019, na sua quinta presença em mundiais. A atleta foi campeã da Europa ao ar livre em 2016 e “indoor” em 2021.

“Nas condições em que estava no aquecimento, pensei que ia ser pior. Ter conseguido passar para a final deu-me mais força porque se assim consigo saltar e chegar à final, é mais um exemplo que consigo superar o que me apareça à frente. O segundo salto [nulo] foi uma reviravolta mental, referiu Mamona após o apuramento.

“Não me estava a sentir muito bem e fui eu a tentar lutar contra mim e a dizer que era capaz. Embora tendo sido nulo, foi um bom salto e fiquei a saber que só tinha de acertar na tábua e conseguir a marca de qualificação. Não consegui mas passei à final e isso é que interessa”, acrescentou, desvalorizando as dores nas costas.

A primeira ronda de saltos confirmou as dificuldades da atleta portuguesa: depois de Yulimar Rojas ter feito 14,60 numa tentativa que foi quase falhada, a jamaicana Shanieka Ricketts assumiu a liderança com a marca de 14,89 e a norte-americana Tori Franklin marcou 14,53.

Mesmo perante tentativas nulas de Maryna Beck-Romanchuk e Thea Lafond, Patrícia Mamona, que conseguiu 14,25 na primeira tentativa, teria de ultrapassar e por alguma margem o melhor registo pessoal da época.

A portuguesa ocupava então a quinta posição, tendo ainda Leyanis Pérez Henández na sua frente com 14,70. Até meio do concurso, já com Rojas isolada na frente com uma grande marca (15,47), Pérez Hernández bateu o recorde pessoal com 14,70 e a portuguesa desceu à oitava posição, com um nulo e um 14,19.

A atleta do Sporting tinha chegado a Eugene2022 com a 14.ª marca do ano — 14,42 metros — alcançada em março, nos Mundiais em pista coberta, nos quais ficou classificada em sexto lugar.

A atleta portuguesa de 33 anos discursou em abril, num seminário na Faculdade de Motricidade Humana, chamado “Patrícia Mamona: a base científica das medalhas”.

“Desde muito nova percebi que os desafios servem para nos superarmos. Nós atletas vivemos isso todos os dias. Temos de nos focar no objetivo, sempre a tentar alcançar uma meta. Sucesso em 2021? Eu e o meu treinador percebemos que sozinhos não podíamos fazer mais do que já tínhamos conseguido e por isso constituímos a nossa equipa multidisciplinar. O máximo não é o limite. Vou fazer mais do que 15,01 metros. O caminho continua, à procura de um novo máximo. Vou continuar a trabalhar”, notou.

ZAP //

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