Passos Coelho reafirma que está afastado da política, mas “seria tolice” dizer nunca

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Manuel Almeida / Lusa

Pedro Passos Coelho

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho reafirmou, nesta quinta-feira, que está fora da vida política e assim pretende continuar, mas considerou que “seria uma tolice” dizer que nunca mais fará nada na vida.

À margem de uma conferência sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que decorreu à porta fechada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Pedro Passos Coelho foi questionado pelos jornalistas se pretendia manter-se afastado da vida política, ao contrário do que vaticinou o Presidente da República.

“Não tenciono regressar a espaços políticos, as pessoas sabem disso, estou afastado da atividade política. Não há nenhuma razão para eu dizer que nunca mais na vida faço coisa nenhuma, porque seria uma tolice dizer coisas dessas, seria um absurdo, mas não estou a pensar em coisa nenhuma, estou muito fora de tudo e assim pretendo continuar”, afirmou Passos Coelho, citado pelo Observador.

À saída da iniciativa, Passos Coelho explicou que o encontro foi reservado aos estudantes daquela instituição a seu pedido e por entender que a sua participação contaminaria sempre o debate público e político. “Não estou no espaço público. Era uma aula, um ambiente académico”, repetiu o antigo primeiro-ministro.

A meio de outubro, numa cerimónia que assinalou o início das comemorações do centenário de Agustina Bessa Luís, em Amarante, à qual assistiu Passos Coelho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o país ainda “deve esperar muito do contributo” do antigo primeiro-ministro.

“Sendo tão novo [Passos Coelho], o país pode esperar, deve esperar muito ainda do seu contributo no futuro, não tenho dúvidas”, afirmou aos jornalistas o chefe de Estado, observando que a sua “resistência” no período da troika é reconhecida dentro e fora de Portugal.

“O país deve, num período muito difícil de crise na troika, ao primeiro-ministro Passos Coelho uma resistência, que ainda há dois dias pude ouvir ser elogiada pela boca da então chanceler Angela Merkel. Portanto, é reconhecida cá dentro e reconhecida lá fora, é um facto”, acrescentou Marcelo.

No seu discurso na cerimónia, Marcelo dirigiu-se ao “senhor primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho”, que estava sentado na primeira fila das dezenas de pessoas que assistiam ao momento. “Lembrar quanto Portugal lhe deve no passado e quanto Portugal está seguro de lhe vir a dever, muito mais, no futuro”, disse.

Pedro Passos Coelho, de 58 anos, presidente do PSD durante oito anos (2010-2018), foi primeiro-ministro de 2011 a 2015, durante os anos de intervenção da troika. Desde então, afastou-se da política ativa, tendo sido raras as suas intervenções públicas.

Lusa //

6 Comments

  1. Fez um bom trabalho enquanto primeiro-ministro (até porque apenas cumpria o que lhe tinha sido imposto pela troika) mas deve muitas explicações ao país. Nunca se percebeu a tecnoforma e outras macacadas afins. Enfim, mais um político português. Um artista nacional como tantos outros que nivelam bem por baixo a nossa classe pulhítica.

    • Só quem sabe das voltas, das imposições, das revoltas e das reviravoltas é que entende a Tecnoforma (e não só). Ainda há muita água para correr por debaixo da ponte.

    • Ficará para a história como o Primeiro-Ministro que destruiu a economia, a sociedade, e o trabalho em Portuga que já de si eram débeisl; os Governos do Primeiro-Ministro António Costa seguem o mesmo programa.

  2. Ao estilo de “não vou , mas posso ir” , se me aquecerem o assento ! ….. jà sei o que pretendes , como se costuma dizer , (a bom entendedor , meia palavra basta) !

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