A passagem do tempo é algo que o assusta? O seu diagnóstico está feito (e tem um nome)

(dr) Envato Elements

Especialistas atribuem a cronofobia a pessoas que já estiveram expostas a experiências traumáticas que as aproximaram da morte.

Ao longo de quase dois anos de pandemia, e inúmeros confinamentos depois (dependendo do país em questão), muitos indivíduos depararam-se com uma realidade que até então lhes passava despercebida: a má relação que têm com a passagem do tempo e o facto de não estarem a aproveitá-lo devidamente. Este fenómeno, no âmbito da psicologia, ganha contornos especiais, podendo resvalar para o nível de fobia.

De acordo com o Choosing Therapy, cerca de 12.5% dos adultos norte-americanos irão experienciar algum tipo de fobia ao ponto da sua vida, com os mais velhos e os doentes terminais a serem mais propensos a sofrer de cronofobia, a fobia relacionada precisamente com a passagem do tempo e associada a uma sensação de mortalidade iminente. É também frequente nos prisioneiros, sendo, neste contexto, chamada de “neurose prisional“.

A cronofobia é também frequente em pessoas que estiveram sujeitas a experiências traumáticas e quase fatais, na medida em que estiveram mais próximas da morte e receiam mais a passagem do tempo — o mesmo acontece quando os indivíduos contactam com essas experiências através de testemunhos de terceiros, por exemplo.

Mesmo assim, como nota o IFL Science, não só as pessoas que sofrem de imenso stress podem ser diagnosticadas com cronofobia. Este medo pode aparecer em pessoas com a sensação de que os seus objetivos não estão a ser cumpridos ou que nunca vão conseguir alcançá-los face à passagem do tempo.

Entre os sintomas mais frequentes nos indivíduos com cronofobia, estão a ansiedade e a depressão, mas também o sentimento constante de perda de controlo. São também comuns a dificuldade em respirar, suores, pulsações rápidas, tremuras ou tonturas.

No que respeita a tratamentos, a terapia comportamental cognitiva é um dos métodos mais usados para lidar com a cronofobia, mas também outros distúrbios mentais, já que, ao desafiar alguém a questionar as suas formas pré-concebidas de processar situações,os terapeutas podem ajudar as pessoas com este diagnóstico a reestruturar a forma como pensam sobre o tempo.

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