Os representantes do CDS na lisboeta junta freguesia de Arroios propuseram pintar duas passadeiras da Avenida Almirante Reis com as cores do arco-íris. A iniciativa, contudo, parece não ter caído bem no seio do partido liderado por Assunção Cristas, tendo já gerado uma série de críticas.
O objetivo seria celebrar o dia 17 de maio, quando, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.
Os representantes do CDS na Assembleia de Freguesia de Arroios, Frederico Sapage Pereira e Vítor Teles, alegam na sua proposta que a freguesia é “um lugar de todos e para todos, e sobretudo um lugar de inclusão”. Recordam mesmo que a junta de freguesia de Arroios foi pioneira ao criar o “Centro de Referência LGBTI” e “Casa da Diversidade”.
Entretanto, e em declarações ao Observador, a presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Margarida Martins, disse que a medida não poderá avançar porque é ilegal. “É ilegal. Não podemos”. As sinalizações rodoviárias, por lei, têm de estar pintadas de branco, explicou a autarca socialista ao jornal.
Quanto as críticas, Margarida Martins desvaloriza e aponta o caráter simbólico da iniciativa. “É uma polémica fora do seu tempo. Há polémica por uma passadeira quando nós vamos ter um centro LGBT e um centro da diversidade? Quando o próprio CDS aprovou o centro LGBT?”, atirou, rejeitando as acusações de gastos excessivos na iniciativa.
A medida foi divulgada através de uma publicação no Facebook do CDS de Arroios e desde logo causou comentários críticos naquela rede social vindos do interior do partido. Pedro Pestana Bastos, ex-deputado, antigo membro da comissão política do CDS, que foi candidato pelo partido à Câmara de Loures, manifestou o seu desagrado também nesta rede social, chamando-lhes de “moderninhos”.
“Bem sei que para alguns por vezes é cool aparecer com uma imagem moderninha mas isto é um completo disparate. O dinheiro dos contribuintes (mesmo se a despesa não for grande) não é para gastar em fantochadas e temos de dar o exemplo. Acresce que as passadeiras por razões de segurança nos termos do regulamento de sinalização são obrigatoriamente brancas. Não há passadeiras Arco Íris. Não brinquem com coisas sérias”, diz o atual conselheiro nacional do CDS.
João Gonçalves Pereira, vereador na Câmara de Lisboa e presidente da Distrital do CDS-PP, escreveu na sua página de Facebook que não subscreve a proposta em causa. Já o também centrista João Gomes, da Assembleia Municipal de Torres Vedras, escreve: “Isto não é um CDS populista, isto é uma atitude estúpida de alguém que não pode falar em nome do partido e que deveria ter consequências”.
Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento do CDS, acrescentou nas redes sociais que “inclusão não se faz gastando dinheiro e recursos escassos a pintar passadeiras com cores LGBT, o que é ilegal e perigoso”. “A inclusão faz-se rebaixando passeios para as pessoas com mobilidade reduzida, instalando dispositivos sonoros para cegos e tapando buracos na via pública”, salientou.
Os eleitos pelo CDS na freguesia de Arroios acabaram a responder às críticas afirmando que “confundir a afirmação da não discriminação de pessoas com a defesa de uma ideologia de género é característico de alguma Esquerda”.
ZAP // Lusa
Os partidos da direita tradicional estarão a cavar a sua própria sepultura se começarem a defender duas coisas: a causa gay e os migrantes do 3º mundo. Assim, só farão com que aumente o apoio à extrema-direita. Tirando meia dúzia de “bichas loucas”, a maior parte dos homossexuais estar-se-á nas tintas para todo esse folclore da “causa gay”. O que é de mais é moléstia, e a maior parte do pessoal já começa a estar farto dos direitos lgbt para aqui e para acolá. Qualquer dia vai ser obrigatório que as empresas contratem x% de LGBTs confirmados, ou que tenham cotas na política, ou que os transporte públicos tenham carruagens exclusivas para quem for desse grupo, etc. Toda esta história já está a criar bastante anti-corpos na sociedade e já fez com que já haja políticos medíocres a fazerem carreiras de sucesso à custa da crescente homofobia das populações, coisa nunca vista na história. No Brasil foi eleito um presidente declarada e violentamente homofóbico, na Rússia, em África e na Ásia há governos que atacam e perseguem os homossexuais, etc. Desde sempre houve homossexuais, mas nunca como agora se politizou a sua condição, e de uma forma que começa a ser absurda e potencialmente prejudicial para os próprios.