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A sua reforma vai ser menos de metade do seu último ordenado

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bacalao / photoxpress

Se o atual sistema de pensões se mantiver, a partir de 2025 a sua reforma será inferior a metade do último salário. E a partir de 2060, os pensionistas receberão só 30,7% do que foi o seu último ordenado.

O Público analisou os dados do Ageing Report (Relatório do envelhecimento), um documento divulgado em maio pela Comissão Europeia (CE) que conclui que a evolução do sistema de pensões é consequência do envelhecimento da população, que se traduz na diminuição da população ativa, aliado às dificuldades económicas.

Ainda que em 2013 a taxa de substituição média da zona euro fosse inferior à portuguesa, em 2060 o nosso país ficará muito aquém dos nossos vizinhos. No entanto, os dados da Comissão apontam que, a longo prazo, as pensões passem de 13,8% do PIB em 2013 para 13,1% em 2060.

Os dados do Ageing Report mostram que, quando se compara o valor bruto da pensão com o último salário do contribuinte, a taxa de substituição em Portugal deverá passar dos 57,5% em 2013 (acima da média de 46,3% da zona euro) para 44,8% em 2025, descendo ainda para 30,7% em 2060 (um valor mais baixo do que a média de 38,6% da zona euro). Evolução pior só em Espanha que passa de uma taxa média de 79% para um rácio que nem chega aos 49%.

De acordo com o Público, Portugal é um dos países em que se prevê um maior agravamento do peso da população idosa face à população em idade ativa: em 2013 o número de pessoas com mais de 65 anos era equivalente a 29,8% da população entre os 15 e os 65 anos (próximo da média europeia), uma proporção que em 2060 será de 63,9%, enquanto na zona euro se irá ficar pelos 51,1%.

Na perspetiva de economistas ouvidos pelo Público, é preciso tomar medidas no sentido de mudar a adequação do valor das pensões.

Para compensar este forte efeito demográfico, o sistema de reformas em Portugal, da forma como está atualmente construído, deverá apontar para uma redução do valor da pensão recebida em relação ao último salário.

É este corte muito grande no valor das reformas, por comparação aos salários, que permite que, apesar do envelhecimento da população, a previsão para o peso das pensões no PIB para as próximas décadas não mostre um agravamento tão forte.

Pelo contrário, os dados do Ageing Report prevêem uma ligeira redução: as pensões deverão passar de 13,8% do PIB em 2013 para 13,1% em 2060. Pelo meio, no entanto, o encargo com pensões deverá atingir o pico em 2033, acima da barreira dos 15%.

Por fim, o relatório reforça que estes dados são fortemente influenciados pela conjuntura económica: na anterior edição do mesmo relatório, feita com dados até 2010 – ou seja, anteriores à recessão da economia portuguesa – os indicadores eram muito diferentes, quer no que diz respeito à evolução demográfica (prevê-se agora uma redução muito mais forte da população), quer no que toca ao PIB (com o crescimento potencial da economia a ser bastante mais baixo agora).

No relatório de 2015, face ao publicado em 2012, o peso das pensões no PIB é mais alto, devido ao efeito que a recessão teve na economia e na população portuguesa.

ZAP

10 Comments

    • A ideia que aqui trouxe é uma ideia revolucionária sem conotações políticas. Já hoje, a maioria dos políticos responsáveis sabem da insustentabilidade da SS a curto prazo e esta ideia, poderá variar no montante máximo a partir da institucionalização do valor mínimo (Ex.- 4 ou 6 vezes o mínimo establecido), mas integrará seguramente, dentro de alguns anos, o senso comum (consequências da pirâmide invertida)

  1. Mais uma manobra bem feita da parte dos governantes ,ora vejamos podem fugir durante vários anos e no final, ultimo ano descontam sobre um grande ordenado coisa que os pobres não podem fazer mas quem tem dinheiro sim e no final vai na mesma haver reformas de valores altíssimos mas só para alguns, continuamos a trabalhar para quem tem muito dinheiro.

  2. Em vez de tirarem àqueles que ganham MILHARES e que NÃO TRABALHARAM UMA VIDA INTEIRA, como conheço muita gente que trabalhou dos 7 aos 80 e recebem uma miséria!!!!
    Então passem para cá o meu que desconto todos os meses, que eu próprio me encarrego de juntar a minha reforma!

  3. É incrível pagarem reformas de miséria a quem trabalhou e descontou uma vida e os políticos se reformem com 12 anos de trabalho sugando o nosso suor

  4. É das melhores propagandas politicas que já vi em época de eleições,….” VOTEM EM MIM, OU FICARÃO SEM NADA “, … “DEIXEM QUE MEXAMOS NA REFORMA, OU ENTÃO O FUTURO AINDA SERA PIOR” …..” OU NOS DEIXAM FAZER, OU VÃO ESTAR MUITO MAL ” ,…. enfim, é preciso ter descaramento. Quantas e quantas SOLUÇÕES NOS PROXIMOS ANOS AINDA SE VÃO ENCONTRAR ? Desde as Empresas privadas a fazerem seguros de reforma, de saúde, etc… etc…, até às mudanças e evolução que o mundo nos guarda. Ou será o Sr. Pr. Ministro e a sua amiga rabuda a apresentar soluções com dezenas de anos de antecedencia , para poderem continuar a dar taxos aos amigos trabalho para os BOYS na previdência social. Caro Patego espertalhão e rabuda dos favores,… VAO TRABALHAR, SÃO OS MAIS IMCOMPETENTES E MAL INTENCIONADOS QUE POR ESTE PAÍS PASSOU. Qual o montante que aguardam vocês para a v/ reforma? À custa DE QUEM? Alguma vez vão descontar um montante pelo menos igual ao que vão receber? V. Exa. RABUDA EM CRESCIMENTO , que ao que se diz, sabe fazer contas,…. já fez as suas?

  5. Meus amigos, o problema maior da insustentabilidade da segurança social é a falta de crianças e a fixação de jovens portugueses no país.

    Medidas para resolver:
    a) apoios fiscais (redução substancial em IRS para quem tem filhos), abonos (meu filho nunca teve abono e ainda conto moedas) e formação tendencionalmente gratuita (conheço muitos pais com rendimento de 1000€ que pagam em regime de IPSS – 250€ pela formação dos filhos).

    b) salário digno para todos os trabalhadores. Um trabalhador merece um salário que o afaste do limiar de pobreza. (acredito que o salário mínimo deveria ser 750€) de forma a que os filhos não padeçam de necessidades.

    c) Mais rendimento disponível para as família permitiria disponibilidades para adquirir mais produtos, animando assim o mercado interno. As empresas ao venderiam mais, contratariam mais trabalhadores, pagariam mais impostos, reduz-se o número de desempregados, reduz-se o número de jovens a emigrar reduz-se a dependência do estado.

    d) horários de trabalho mais ajustados para as famílias. Se os país trabalharem de noite e madrugada e Domingos, não podem tratar dos filhos que estão no infantário os escola entre as 08.30 e as 19.00h. Muitos jovens e crianças passam muito tempo sozinhas. Por vezes os pais desistem de ter filhos.

    Bem são algumas medidas, ditas por um TOLO que visam aumentar a natalidade, contribuindo a médio prazo para aumentar substancialmente a população ativa. algumas medidas foram “extraídas” do modelo francês, alemão, inglês e nórdico, por sinal em melhor situação.

  6. A tão a pregoada justiça social, por estes que andaram fugidos do país e nós a trabalhar cá a preparar a cama, mesa, roupa lavada e grandes reformas, com meia dúzia de meses de trabalho. Copiam o que outros países fazem mas não sabem copiar como por exemplo as reformas da Suíça porque não lhes convêm. Quem tem grandes ordenados que poupe durante os anos de trabalho, somos todos humanos, todos com o mesmo direito de viver com dignidade. Um pobre camponês e outras profissões que levam uma vida dura, foram estes que trabalharam para que não faltasse os alimentos, a roupa, o conforto e demais necessidades aos estudantes que hoje são os senhores Doutores, Engenheiros, Advogados Economistas etc. etc. Um politico com uma reforma de dezenas de euros, quem é que trabalha para ele receber esta reforma. Povo Português abram os olhos porque estamos a ser explorados mais do nunca com a capa da democracia e com o slogan o povo em quem mais ordena.

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