Partidos apostam nas redes sociais na campanha para repetição das eleições no círculo da Europa

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Ferramentas digitais serão usadas pela totalidade dos partidos, com os maiores a apresentarem comitivas em algumas cidades.

A determinação do Tribunal Constitucional que anulou os votos do círculo de Europa após a mistura dos boletins que estavam acompanhados do cartão de identificação e dos que não estavam conduziu à repetição das eleições nestes territórios, as quais estão agendadas para 12 e 13 de março. Apesar de os dois lugares deputados em jogo serem habitualmente distribuídos por PS e PSD, todos os partidos parecem apostados em não dar a sua chance como perdida, pelo que planeiam fazer campanha eleitoral, quer através das plataformas digitais quer através da presença física.

O PS, noticia o Público, irá apostar numa campanha mista. “Ainda que sejam muito difíceis [as campanhas físicas] em comunidades fora do país, as “campanhas de terreno são insubstituíveis“, descreveu Paulo Pisco, candidato dos socialistas.

“Passarei os próximos 20 dias em deslocação por cinco ou seis países e mais de uma dezena de cidades da Europa. É absolutamente fundamental que se recupere a confiança das comunidades e se afirme o respeito e consideração que lhes é devido”, descreveu o seu o candidato, que se mostra preocupado com o “desânimo” entre os eleitores provocado pela anulação dos 157 vil votos. “Não mereciam nada disto que aconteceu”, pelo que “é preciso um esforço maior” no apelo ao voto.

Os socialistas também terão como prioridade o esclarecimento de prazos para que os eleitores que decidiram votar por correspondência.

O Bloco de Esquerda, por sua vez, avançou que irá propor a reedição dos debates em rádios, jornais e canais de comunicação social nas comunidades portuguesas no estranheiros. O partido também vai apostar numa campanha nas redes sociais, assim como recuperar o “Manifesto Eleitoral da Europa”.

O documento defende a criação de programas e dispositivos de apoio a projetos culturais e sociais nos territórios da emigração para combater o isolamento das comunidades portuguesas e criar pontes com os territórios de acolhimento.

A CDU vai tentar mobilizar o eleitorado com campanhas físicas, no entanto, Jerónimo de Sousa não deverá marcar presença. Como tal, PCP e Os Verdes contam com os seus candidatos e ativistas, nos países onde residem, para realizarem ações de “contacto e esclarecimento sobre as razões de voto junto das comunidades portugueses na Europa”.

O PAN adiantou que só fara campanha no círculo da Europa pela mão de Rogério Castro, o seu cabeça de lista.

No que respeita ao Chega, o partido estará a preparar um périplo por França, Luxemburgo, Suíça e Reino Unido. Ainda esta semana, André Ventura deverá deslocar-se a Madrid para se reunir com as comunidades portuguesas, mas também com Santiago Abascal, dirigente do Vox.

A Iniciativa Liberal “irá aproveitar este momento para reforçar que as políticas liberais funcionam e faltam a Portugal”, esclareceu o partido ao Público, especificando que dinamizar ações em formato virtual. mas também em alguns locais junto das comunidades – as quais ainda estão a ser ultimadas.

O Livre avança que pretende fazer campanha eleitoral junto das comunidades, realçando que na “primeira volta” das legislativas teve o seu melhor resultado de sempre em eleições, o qual atribuiu aos debates e às redes sociais, aponta Pedro Mendonça.

O PSD e CDS, que tem nesta repetição das eleições a última hipótese de ter representação parlamentar, não avançaram qualquer informação sobre os seus planos para a campanha eleitoral.

ZAP //

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