Partido de extrema-direita impedido de ir a eleições na Grécia

O Supremo Tribunal grego proibiu hoje a candidatura às eleições gerais de 21 de maio de um partido político fundado por um ex-membro da formação neonazi Aurora Dourada, a cumprir uma longa pena de prisão, indicou uma fonte judicial.

Ilias Kassidiaris, antigo porta-voz do Aurora Dourada e dirigente do partido de extrema-direita Os Helénicos, não poderá, como tencionava fazer, apresentar-se como candidato ao escrutínio que se realiza dentro de menos de três semanas.

A partir da sua cela da prisão, o ex-deputado do partido neonazi entre 2012 e 2019 tinha recentemente anunciado a intenção de disputar um lugar no parlamento da Grécia pelo círculo eleitoral da cidade de Atenas.

A decisão do Supremo Tribunal, anunciada pela sua presidente, Altan Kokovu, foi adotada por maioria dos magistrados daquela instância judicial, de nove a favor e um contra.

É a primeira vez que um partido é proibido de participar nas eleições desde que foi restaurada a democracia na Grécia, em 1974, após os sete anos da ditadura dos coronéis, de acordo com especialistas.

Em fevereiro, o parlamento barrou o partido Os Helénicos, ao aprovar uma alteração à lei eleitoral de 2021 que prevê que um partido político não possa participar em eleições se a sua direção, oficial ou oficiosa, tiver sido condenada por pertença a uma organização criminosa. Mas a decisão final cabia ao Supremo Tribunal.

Já antes desta proibição, Ilias Kassidiaris, que fundou o seu próprio partido alguns meses antes de ser preso, tinha denunciado “um golpe de Estado inimaginável contra a democracia” que queria afastar da votação “centenas de milhares de eleitores” do seu partido.

ZAP // Lusa

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