Partido Ergue-te extinto por falhar apresentação de contas durante três anos

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Rui Fonseca e Castro era o líder do Ergue-te.

Partido de extrema-direita admitiu ter estado três anos sem apresentar contas. Extinção é “golpe fatal”, mas ex-juiz Fonseca e Castro promete um reencontro com “compatriotas” para “a batalha final”.

O partido de extrema-direita Ergue-te, antes Partido Nacional Renovador (PNR), foi oficialmente extinto por decisão judicial, na sequência de um processo instaurado pelo Ministério Público junto do Tribunal Constitucional.

A principal razão da extinção prende-se com a falta de apresentação das contas referentes aos anos de 2019, 2020 e 2021.

A decisão de extinção foi anunciada nas redes sociais pelo ex-juíz Rui Fonseca e Castro, presidente do partido desde dezembro de 2024. Em carta dirigida aos “compatriotas”, o líder do Ergue-te confirmou o encerramento da força política e reconheceu a omissão das contas nos anos referidos. Fonseca e Castro admitiu ser “improvável” uma reversão do processo judicial.

“Sendo verdade que se verificou tal omissão nos anos referidos, também é verdade que atualmente estavam a ser envidados esforços no sentido de suprir tais falhas junto da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, tendo sido realizada, muito recentemente, uma reunião presencial naquele organismo”, lê-se no comunicado publicado no Telegram e compartilhado no X.

“Importa agora encarar a realidade, que consiste na extinção judicial do Partido“, adiantou Fonseca e Castro.

O presidente do partido considerou que o processo de extinção foi “o golpe fatal num partido que já se encontrava extremamente débil”.

Fundado em 2000, o partido surgiu a partir da estrutura deixada pelo inativo Partido Renovador Democrático (PRD). Durante duas décadas, foi liderado por José Pinto-Coelho, que cedeu a liderança a Rui Fonseca e Castro no final do ano passado.

Em 2020, o partido mudou a sua designação de PNR para Ergue-te, numa tentativa de reposicionamento político e de imagem pública. Agora, tinha sido decidido “alterar o nome do partido para ‘PNR – Pátria, Nação Razão’, assim como o seu símbolo, decisão cuja formalização foi requerida junto do Tribunal Constitucional”, adiantou ainda o comunicado desta quinta-feira.

Nas mais recentes eleições de 18 de maio, o Ergue-te obteve apenas 9 190 votos, correspondentes a 0,15% do total. Mas apesar da extinção formal, Rui Fonseca e Castro promete que o movimento e os seus apoiantes continuarão ativos, dando a entender que poderão vir a reorganizar-se sob outra forma no futuro.

“Agradecemos a todos os que nos acompanharam na nossa luta, a luta da Nação Portuguesa, e seguramente que nos voltaremos a encontrar, ainda mais fortes e prontos para a batalha final”, lê-se no comunicado.

O partido é associado a ideias da extrema-direita e posições negacionistas, particularmente assumidas pelo seu líder, que nos últimos meses tem tido problemas com a justiça.

A par do neonazi e líder do nacionalista Grupo 1143, Fonseca e Castro foi detido pela PSP, entre bastonadas no Largo de São Domingos, em Lisboa, no passado 25 de Abril, por incorrer num crime de desobediência, depois de a PSP ter emitido um parecer negativo para a concentração com um “porco no espeto” que estava a ser organizada por movimentos de extrema-direita para o Martim Moniz, em Lisboa, como resposta às celebrações do 25 de Abril.

Em fevereiro, o antigo juiz foi também acusado de raptar o filho de 10 anos, que entretanto já entregou à mãe, de nacionalidade brasileira.

ZAP //

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