Paraplégico atacado na Índia por não se levantar durante o hino nacional

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(dr) BBC

Salil Chaturvedi, poeta indiano agredido por não se ter levantado durante o hino nacional

Salil Chaturvedi, poeta indiano agredido por não se ter levantado durante o hino nacional

Um poeta indiano foi agredido por não se “levantar” durante o hino nacional dentro de um cinema – por ser paraplégico e se deslocar em cadeira de rodas.

Salil Chaturvedi, escritor, ator e ativista dos direitos das pessoas com deficiência na Índia, contou à BBC que foi agredido na nuca por um homem enquanto aguardava o início de um filme dentro de uma sala de cinema em Goa, no sudoeste do país.

O poeta estava com a mulher, Monika, num cinema em Panaji, Goa, quando começou a ser tocado o hino nacional indiano, antes de o filme começar. Todos se evantaram menos Salil Chaturvedi, devido ao seu problema físico.

“É um daqueles em que me sinto excluído por ser o único sentado. É um sentimento inquietante”, relatou à BBC.

No entanto, tudo piorou quando sentiu uma pancada na cabeça vinda da fila de trás, de onde um homem lhe faz um gesto para se levantar.

O incidente tornou-se numa violenta discussão entre a mulher de Salil e o casal, até que estes se aperceberam do erro que cometeram – e pediram desculpas a Salil, apesar da mulher ter continuado a trocar palavras agressivas com Monika.

O incidente aconteceu há meses mas só agora foi revelado, quando Salil Chaturvedi relatou a história ao “Times of India”. Na sua opinião, este episódio de “agressividade nacionalista” tem como pano de fundo o fortalecimento do patriotismo indiano devido ao agravamento do conflito na Caxemira.

A região, localizada na fronteira entre a Índia e o Paquistão, é disputada há décadas pelos dois países.

“Que estava ele a pensar? Que foi um ato irrefletido? O amor pelo seu país (que também é o meu) é tão avassalador que ele não sente nada ao agredir alguém? Como saberia ele se eu não iria ripostar?”, pergunta-se o ativista no artigo assinado na BBC.

“E mais importante: o hino nacional deve ser tocado no cinema?“, questiona Salil Chaturvedi, esperando poder um dia cantar novamente o hino “sem que isso lhe traga más lembranças”.

ZAP / BBC

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