Astrónomos encontram par de asteróides mais jovem alguma vez descoberto no Sistema Solar

UC Berkeley/SETI Institute

Os asteróides terão o mesmo parente, do qual se separaram há 270 anos. No entanto, as rochas têm propriedades que demorariam mais de 270 anos a formarem-se, pelo que esta situação continua um mistério.

Um novo estudo publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society descobriu um par de asteróides com menos de 300 anos que está a orbitar o Sol, sendo estes os asteróides mais jovens encontrados até agora no Sistema Solar.

Esta descoberta pode ajudar-nos a saber mais detalhes sobre como os asteróides se fracionam e também suscita novas questões, aponta o Science Alert.

Quando o Sistema Solar se formou com um aglomerado denso numa nuvem gigante de gás e pó, todos os elementos que não foram incorporados em planetas ou estrelas ficaram a flutuar pelo Espaço, como cometas ou asteróides.

Acredita-se que estes destroços têm andado à deriva desde pouco antes do nascimento da Terra e os astrónomos referem ainda que os planetas rochosos, como o nosso, Marte, Vénus ou Mercúrio, cresceram com a acumulação de pedaços de cometas e asteróides.

As mudanças ao longo do tempo são também interessantes, visto que esta informação nos pode ajudar a interpretar os asteróides que estudamos e ajudar na previsão do comportamento de outros futuros, o que pode ser útil na previsão de eventuais colisões com a Terra.

Os novos asteróides — 2019 PR2 e 2019 QR6 – foram descobertos em 2019 por uma equipa de cientistas que usou o telescópio Pan-STARRS1 no Havai e no Catalina Sky Survey, no Arizona, respetivamente.

Ambos têm uma órbita elíptica pouco comum em asteróides que passam perto da Terra. Os asteróides binários são comuns, mas os mecanismos da sua formação ainda são um mistério.

A equipa estudou ainda imagens que mostram o reflexo da luz solar na superfície dos asteróides e descobriu que o maior mede cerca de um quilómetro, sendo que o mais pequeno tem metade do tamanho do maior.

As superfícies dos dois são semelhantes, o que sugere que os dois têm uma composição parecida e têm o mesmo parente, do qual se terão separado há 270 anos. A maioria dos asteróides binários resultam da fissão rotacional — quando um asteróide gira tão rápido que se começa a desfazer em pedaços mais pequenos.

No entanto, este par de asteróides tem propriedades que demorariam mais de 270 anos a formarem-se. A equipa sugere isto pode ser explicado caso o objeto parente seja um cometa cuja desgaseificação possa ter separado as duas rochas.

Mesmo assim, os corpos não têm sinais de atividade cometária, pelo que este mistério continua sem uma solução. A próxima passagem próxima dos 2019 PR2 and 2019 QR6 à Terra vai ocorrer em 2033, pelo que pode ser nessa altura que saibamos a resposta definitiva a esta questão.

ZAP //

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