“Pandemia tripla no inverno”. Há grandes ameaças de variantes de covid

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(cv) SIC

O médico Filipe Froes

Filipe Froes avisa que vamos viver uma “pandemia tripla no inverno”, em que gripe, covid-19 e vírus sincicial respiratório se vão juntar.

O médico Filipe Froes e a especialista em Direito Patrícia Akester lançam, esta segunda-feira, o livro “A Pandemia que revelou outras Pandemias”, em colaboração com o Diário de Notícias.

Em entrevista ao jornal, Froes e Akester avisam que vamos viver uma “pandemia tripla no inverno”, em que “gripe, covid e vírus sincicial respiratório” se vão juntar.

Destas três, a menos conhecida é obviamente o vírus sincicial respiratório. Este vírus pode provocar doença respiratória em pessoas de todas as idades, mas, geralmente, todas as crianças até aos dois anos são infetadas, podendo ocorrer reinfeção em qualquer idade.

Os sintomas mais frequentes são tosse, secreções nasais e oculares, febre, dificuldade em respirar e respiração semelhante a assobio.

“Diria que vamos estar a viver aquilo a que se chama ‘pandemia tripla’, uma pandemia com covid, com gripe e com vírus sincicial respiratório”, disse Filipe Froes ao DN.

“Ou seja, vamos estar numa situação em que, apesar das pessoas estarem vacinadas contra a gripe e a covid, vão progressivamente diminuir a sua imunidade. Com as novas variantes de covid, poderá haver alguma diminuição da eficácia contra a infeção e, portanto, vamos ter um aumento de número de casos, um acréscimo da afluência às urgências e, previsivelmente, teremos um aumento da gravidade traduzida em internamentos em enfermaria e cuidados intensivos”, acrescentou, falando ainda num consequente aumento da mortalidade.

Aumentar rapidamente a vacinação contra a covid e contra a gripe, e melhorar muito os sistemas de vigilância, são as medidas a tomar defendidas por Froes.

O especialista em doenças respiratórias refere ainda as “duas grandes ameaças de variantes que se aproximam”, nomeadamente as variantes BQ1.1 e a XBB, sendo esta última conhecida por variante de Singapura.

Froes argumenta que esta última apesar, da maior atividade em Singapura, “poderá vir a ser dominante no continente europeu, por volta de dezembro ou janeiro”.

“Neste momento, estamos a assistir na Europa a um aumento da variante BQ1 e BQ1.1, e estas variantes significam uma maior capacidade de transmissão porque têm mecanismos de invasão à imunidade desenvolvida pela infeção, quer natural, quer pela vacina”, disse o médico em entrevista ao DN.

“Em princípio, ainda não estão associadas a um aumento da gravidade, mas se tiverem uma grande capacidade de infetar mais pessoas, mesmo vacinadas, em número absoluto acabará por haver mais gravidade”, acrescentou.

ZAP //

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