A líder do PAN, Inês de Sousa Real, criticou os seus adversários políticos que divulgaram fotografias dos animais de companhia, advertindo que a defesa pelo bem-estar animal “não se faz só nas redes sociais”.
“Vimos nas redes sociais todos serem muito animalistas. Aliás, têm sido os animais de companhia a dizerem presente, quando os seus detentores, na Assembleia da República, estão ausentes”, referiu a também deputada, num comício no Porto.
Inês de Sousa Real admitiu ter curiosidade sobre como votaria Zé Albino, o gato do líder do PSD, Rui Rio, a criação dos “hospitais públicos veterinários para os seus companheiros de causa ou a coelha Acácia”, do presidente do Chega, André Ventura, sobre o fim da “caça à paulada de tantos animais selvagens”.
“É que, de facto, a política de bem-estar animal não se faz só nas redes sociais. Faz-se na Assembleia da República”, afirmou, considerando que o partido que lidera “é o único que está sozinho nesta luta”.
Os animais de companhia de alguns lideres políticos têm assumido protagonismo na campanha eleitoral para as legislativas do dia 30, depois de os donos terem publicado as fotografias nas redes sociais com indiretas para os adversários.
O Zé Albino anda desolado com esta aproximação do PAN ao PS. pic.twitter.com/lJpvywkzD4
— Rui Rio (@RuiRioPSD) January 19, 2022
A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que discursava no seu primeiro comício desta campanha oficial, realizado na sede do partido no Porto, lembrou as conquistas alcançadas na área da proteção animal e vincou que é preciso “fazer mais”.
“Portugal tem que dar o passo e corrigir o erro civilizacional que é permitir as touradas”, sublinhou, salientando que o PAN tudo fará para “este passo civilizacional e acabar com as touradas” no país.
Sousa Real notou que na rua ouvem-se, com frequência, as pessoas dizerem que o PAN é “o partido que defende os animais”, concluindo que isso acontece porque lhe é reconhecido “o mérito e o crédito” de ter colocado na “agenda política esta preocupação”.
Depois de António Costa ter admitido esta segunda-feira que não fecha a porta a entendimentos com o Bloco de Esquerda, Inês de Sousa Real lançou críticas à esquerda.
“Bem-vindos à mesa do diálogo, antes que o prejuízo seja maior. Antes tarde do que nunca. Mas onde estava o diálogo quando era preciso não faltar ao país?”, perguntou a líder do PAN, visando PCP e Bloco.
Segundo o Expresso, a ambientalista lembrou que o PAN foi o único partido que não atirou a “toalha ao chão” e que teria permitido a discussão do Orçamento do Estado para 2022 na especialidade.
Num discurso de quase 30 minutos, a também deputada defendeu que “o voto útil é no PAN” e não “na esquerda e na direita ou no PS ou no PSD”, argumentando que estes partidos “não farão diferença absolutamente nenhuma na Assembleia da República”.
“PS e PSD têm mantido Portugal refém de uma visão de curto e médio prazo e conservadora e não trazem as preocupações de futuro”, frisou, apelando ao voto no PAN para “mudar a receita e ter uma formulação diferente”.
“De que serve um ou dois deputados do PS e do PSD para fazerem política costumeira?”, acrescentou.
Inês de Sousa Real disse ainda querer ver no parlamento os cabeças de lista do partido pelos círculo de Braga e de Viana do Castelo e manifestou a vontade de não ver ser eleita sozinha Bebiana Cunha, atual líder parlamentar e cabeça de lista pelo Porto.
Este comício do PAN, que contou também com a intervenção do cabeça de lista pelo Porto, Bebiana Cunha, e do mandatário, Pedro Ribeiro e Castro, fechou um dia que começou no distrito de Braga, com Inês de Sousa Real a visitar escolas e uma empresa têxtil que tinge a roupa sem produtos químicos e com recurso a casca de cebola, borra de café ou folha de eucalipto.
ZAP // Lusa