Pais e professores criticam decisão do Governo de manter o uso de máscara nas salas de aula

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Abir Sultan / EPA

A comunidade escolar critica a continuação do uso obrigatório de máscara nas salas de aula ao mesmo tempo que as discotecas e bares deixaram de o impor. Os responsáveis lembram que as máscaras dificultam a comunicação.

No anúncio do alívio das medidas restritivas feito ontem, o Governo não cedeu aos apelos de alguns especialistas e decidiu manter a obrigatoriedade do uso de máscara nos espaços interiores públicos, como as salas de aula.

Os dirigentes das escolas e das associações de pais revelam ao Público a desilusão com a postura do executivo e sublinham a barreira de comunicação que a utilização da máscara cria entre os doentes e os estudantes.

“Reconheço que a máscara é uma espécie de mordaça que colocamos na face dos professores que têm de dar aulas”, afirma o presidente da Associação Nacional de Directores de Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, que “tinha a esperança” de que a medida acabasse já visto que “o pico de contágios” já foi na semana de 24 a 28 de Janeiro e desde então “as coisas melhoraram”

O Presidente da direcção da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, lembra ainda que o uso de máscaras nas aulas é uma “limitação forte à comunicação” que afeta a “aprendizagem das crianças, nomeadamente nos alunos mais novos”. “Espero que brevemente até as máscaras deixem de ser necessárias, mas a situação de pandemia não está ainda resolvida”, apela.

Jorge Ascenção, da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), faz críticas mais duras e aponta “contradições” na resposta do Governo, pedindo uma comunicação mais “clara e coerente”.

“É preciso explicar porque é que existe este cuidado, tem havido, de facto, muitas contradições entre aquilo que são as medidas para as escolas e as medidas para outros espaços”, refere, lembrando que as máscaras já não são obrigatórias em bares ou discotecas mas que continuam a sê-lo nas escolas.

Já Manuel Pereira é mais compreensivo da escolha do Governo, visto que “aos bares e discotecas vai quem quer” enquanto que as crianças são obrigadas a ir às escolas.

Recorde-se que a Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, avançou que o uso de máscara se vai manter até se notar uma “queda significativa” dos óbitos por covid-19.

Ainda não se sabe quando está previsto um novo alívio das medidas, mas os peritos que estiveram na reunião do Infarmed acreditam que Portugal chegará às 20 mortes por milhão de habitantes a 14 dias nas próximas cinco semanas.

ZAP //

2 Comments

  1. O Governo tem de seguir a Ciência (que não é conclusiva na eficácia de mascaras) e em segundo plano a sua População, não ideologias das elites mundiais.

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