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A família alega danos morais causados não só aos pais, mas também à criança, como consequência do sofrimento que este sente e sentirá ao longo da vida.
Apesar dos diagnósticos mais pessimistas, Rodrigo, o bebé que há três anos nasceu com graves malformações após falhas no acompanhamento feito à sua progenitora durante a gravidez, continua a desafiar todas as expectativas e encontra-se bem de saúde, avança o Jornal de Notícias.
Mesmo assim, os pais da criança estão a exigir 300 mil euros de indemnização, num processo que já deu entrada no Tribunal de Setúbal e que tem, precisamente, os pais e o filho como queixosos contra o médico obstetra Artur de Carvalho e a clínica Eco Sado. É expectável que o médico apresente a sua defesa dentro de mês, seguindo-se encontros em tribunal entre as duas partes na tentativa de alcançar um acordo para evitar que o processo siga para julgamento.
A família alega danos morais causados não só aos pais, mas também à criança, como consequência do sofrimento que este sente e sentirá ao longo da vida, por falta de autonomia e independência, mas também por questões relacionadas com a própria imagem. São ainda invocados danos patrimoniais, como é o caso das despesas em cuidados de saúde forma do Serviço Nacional de Saúde.
Os pais estão também a desempenhar um papel determinante na investigação criminal à clínica Eco Sado por fraude ao Serviço Nacional de Saúde, fazendo parte do leque de 40 testemunhas que a investigação já fez questão. Do grupo fazem naturalmente parte grávidas que foram seguidas pela clínica, acreditando que esta detinha convenção com o Serviço Nacional de Saúde.
Atualmente, o inquérito permanece em investigação sem arguidos constituídos, sendo que Artur de Carvalho viu o Ministério Público arquivar o processo crime contra si, uma vez que não foi o causador das mal formações e que estas não poderiam ser evitadas se fossem detetadas a tempo. O clínico reformou-se depois do caso, abandonando o cargo de diretor do serviço de obstetrícia no Hospital de Setúbal.
