Pai quer criar bebé Lourenço com a ajuda dos avós

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Lourenço, o "bebé-milagre"

Lourenço, o “bebé-milagre”

O pai do “bebé milagre” nascido na semana passada, no Hospital de São José, divulgou fotos da criança e afirma que tem condições de criar o pequeno Lourenço com a ajuda dos avós maternos. 

Em declarações ao tablóide britânico MirrorMiguel Ângelo, de 30 anos, nega que alguma vez tenha rejeitado Lourenço.

“Foi-me dito que ele poderia ter problemas e não sabia se teria as condições necessárias para criar uma criança com deficiência. Mas ele é saudável e disseram-se que tenho direito a gozar a licença de paternidade e de maternidade e ficar em casa com ele até novembro ou dezembro”, afirmou Miguel Ângelo, que trabalha numa fábrica de peças para automóveis.

Após o receio inicial de ter de criar o filho sem a presença da mãe, Miguel diz estar agora mais tranquilo e contar com o apoio da irmã e de um tio.

“Disse aos pais de Sandra que, quando eu recomeçar a trabalhar, eles podiam tomar conta do Lourenço durante o dia”, revelou. “Temos de acabar com luta, porque o Lourenço precisa de amor e de ser acarinhado por toda a família”.

Esta segunda-feira, dia em que Lourenço saiu dos cuidados intensivos da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, o jornal britânico tornou públicas as primeiras fotografias do “bebé milagre”, que nasceu no Hospital de São José depois de ter estado 107 dias no útero da mãe, que se encontrava em morte cerebral, e que poderá ter alta dentro de duas semanas.

De acordo com o Correio da Manhã, a família da mãe do bebé não foi consultada sobre a publicação das fotos da criança, e censura a atitude.

“Estou revoltada. É uma criança que está aqui em jogo”, queixa-se ao CM Anabela Pedro, irmã de Sandra, sublinhando que não houve qualquer conversa com o pai de Lourenço antes de este ter cedido as imagens do bebé ao jornal.

“Longa espera”

Miguel Ângelo conta que, na noite em que a companheira sofreu a hemorragia cerebral fatal, Sandra Pedro, de 37 anos, teve uma forte dor de cabeça pouco depois de se ter ido deitar.

Quando os profissionais de emergência chegaram, Sandra já estava “praticamente inconsciente”. O óbito foi declarado mais tarde no Hospital de S. José.

Miguel Ângelo Faria recordou o momento em que os médicos se preparavam para desligar as máquinas de suporte de vida a Sandra. Pensavam que o bebé também estava morto, mas fizeram um teste e detetaram o pequeno coração a bater.

“Nunca na minha vida tive uma pessoa morta com num bebé vivo dentro”, terá dito um médico, segundo as declarações do pai de Lourenç,o citadas no jornal britânico.

Os últimos quatro meses foram uma “longa espera” para Miguel Ângelo. Quando viu o filho, afirma que nem conseguia falar. “Estava pálido e a tremer. Ele estava deitado de lado e parecia realmente tranquilo”, recordou ao Mirror.

O pai contou como, enquanto está a lidar “com a tristeza pela morte de Sandra”, tem estado a viver a “alegria interior” de ter sido pai.

“Agora só quero que o Lourenço tenha uma infância normal e seja feliz. Ele já nasceu com uma personalidade forte por causa da batalha que travou para chegar aqui”, disse Miguel Ângelo ao Mirror.

Todos os dias, quando chega à maternidade, pergunta se pode já pegar no filho ao colo. “Não estou autorizado a segurá-lo, porque ele ainda está na incubadora”, explicou.

ZAP

3 Comments

  1. Foi-me dito que ele poderia ter problemas e não sabia se teria as condições necessárias para criar uma criança com deficiência.
    O que é isto?
    Vergonhoso eu como humano mesmo que um filho meu nascesse deficiente teria todo o meu amor e tudo faria para o criar com tudo de bom que lhe pudesse oferecer, isto só demonstra que ou muito me engano ou esta criança mais tarde vai sofrer,pois eu pessoalmente como Pai era incapaz de pensar que se o meu filho tivesse deficiência não o iria criar, existe aqui algo que não bate bem.

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