O Benfica fechou a temporada com uma vitória na Mata Real, por 2-0, sobre um Paços de Ferreira que só a espaços incomodou verdadeiramente, em especial na primeira parte. Um triunfo que teve a marca da Formação benfiquista.
Num “onze” com muitas mudanças, Henrique Araújo foi a grande figura, ao apontar, na primeira metade, os dois tentos do encontro, sendo que o primeiro teve assistência de Tiago Gouveia, que também realizou uma grande exibição. E ainda houve tempo para outros jovens da “cantera” do Seixal somarem os primeiros minutos com a camisola “encarnada”.
Dos habituais titulares do Benfica na era Veríssimo, só mesmo Gilberto manteve o lugar no “onzes” inicial das “águias”, mas apesar de esse facto ter tirado aos lisboetas capacidade para discutir o domínio territorial – o Paços chegou ao intervalo com superioridade em quase todas as principais estatísticas, menos nos remates enquadrados -, tal não impediu os visitantes de chegarem ao intervalo com uma vantagem interessante.
A grande figura da primeira parte, com um GoalPoint Rating de 7.4, foi Henrique Araújo, lançado de início e que correspondeu com dois golos “à ponta-de-lança”, o primeiro logo aos cinco minutos, de ângulo difícil, após brilhante assistência do também jovem Tiago Gouveia, o segundo “de encostar”, mas de difícil execução, uma vez que o cruzamento de Gil Dias era bastante tenso.
Desengane-se quem pensa, porém, que o Paços esteve a ver jogar, pois não foi esse, manifestamente, o caso, e Helton Leite teve de aplicar-se com algumas intervenções de nível.
Tudo diferente após o intervalo, com o Benfica a pegar na batuta e a não deixar o Paços jogar ou criar perigo. Os “encarnados” instalaram-se no meio-campo dos “castores” e criaram inúmeros lances de perigo, quase invariavelmente conduzidos, ou com a participação, de Gil Dias, verdadeiramente endiabrado. Contudo, ao contrário da primeira parte, a eficácia atacante esteve ausente, muito por culpa do grande número de elementos dos homens da casa na grande área.
Nélson Veríssimo aproveitou para realizar alterações, lançando jovens da formação benfiquista, nomeadamente Diego Moreira e Martim Neto, pelo que não espanta que no derradeiro quarto-de-hora o Paços tenha, de novo, assumido alguma iniciativa e soltado das amarras benfiquistas. Contudo, os visitantes estavam sólidos e confiantes e nunca deixaram verdadeiramente os pacenses criarem perigo.
Melhor em Campo
Mais um grande jogo do jovem avançado madeirense da formação “encarnada”. Henrique Araújo foi titular, marcou os dois golos e chegou à meia-dúzia pela equipa principal do Benfica, em apenas seis jogos.
Araújo foi o MVP da partida, com um GoalPoint Rating de 7.8, pelo bis, mas também por ter sido o mais rematador do encontro, com seis disparos, dois deles enquadrados, tendo completado os 12 passes que realizou e feito três passes para finalização, sem que tenha somado qualquer perda de posse.
A ocasião flagrante que desperdiçou impede-o de ter uma nota daquelas…
Destaques do Paços
André Ferreira 7.0 – O guardião dos “castores” habituou-nos a grandes exibições esta temporada e, em especial devido à pressão benfiquista na segunda parte, teve de estar à altura. E esteve. André Ferreira foi o melhor do Paços, com registo para seis defesas, três a remates na sua grande área, e todos os 19 passes completos.
Marco Baixinho 6.4 – Demorou a reagir ao cruzamento de Gil Dias, que Henrique Araújo aproveitou para fazer o 2-0, mas esse foi o único lance em que esteve menos bem. Tirando isso, o central esteve atento, com três intercepções, quatro alívios, oito recuperações de posse, três duelos aéreos defensivos ganhos (todos), dez passes longos certos em 15 e excelentes 15 passes aproximativos, de longe o máximo do encontro.
Nico Gaitán 6.2 – Bom jogo do argentino, na posição “10” ante a sua antiga equipa, tendo saído sob os aplausos dos adeptos de ambas as formações. Gaitán somou o máximo de passes para finalização (5), criou uma ocasião flagrante, realizou dois passes de ruptura e seis ofensivos valiosos, e registou o valor mais alto de acções com bola na área contrária (8).
Destaques do Benfica
Tiago Gouveia 7.4 – O jovem extremo teve oportunidade de início e não se escondeu, registando a segunda melhor nota da noite. Além da assistência para o 1-0, Tiago enquadrou os três remates que realizou (dois de fora da área), fez dois passes super aproximativos e completou as quatro tentativas de drible.
Helton Leite 7.3 – Nem parecia que o brasileiro estava a realizar apenas o seu segundo jogo esta época. No melhor período do Paços realizou algumas defesas extraordinárias, terminando com quatro, todas a remates na sua área, duas a menos de oito metros. Tendo em conta as Expected Saves (xS), evicou 1,5 golos.
Gil Dias 7.0 – Um dos motores do futebol atacante das “águias” na mata real, realizando um excelente jogo do lado direito. Gil Dias fez a assistência para o 2-0, somou quatro passes para finalização, dois passes aproximativos, cinco conduções aproximativas e duas super aproximativas.
João Mário 6.5 – O médio regressou à titularidade e manteve um nível alto nos cerca de 67 minutos que esteve em campo, tendo falhado apenas dois de 25 passes. No drible esteve perfeito, com sucesso nas três tentativas, e ainda fez quatro conduções aproximativas.
Morato 6.2 – O jovem central esteve muito seguro, sem inventar ou complicar, daí os seus seis alívios, marca mais elevada da partida.
Gilberto 6.1 – De “patinho feio” a admirado pelos adeptos benfiquistas, com direito a cânticos. A entrega de Gilberto aos jogos é total e nesta partida não foi diferente, tendo somado o máximo de recuperações de posse (9) e ainda quatro desarmes e três bloqueios de passe/cruzamento. As cinco perdas de posse no primeiro terço afectam-lhe a nota.
Meïte 6.1 – Jogo competente do francês, que acertou 90% dos passes, seis longos em oito, completou três de cinco tentativas de drible e realizou três desarmes.
Sandro Cruz 5.9 – Jogo positivo do lateral-esquerdo, que foi titular e somou sete acções defensivas. Esteve bem no passe, com seis longos completos em nove. Precisa de melhorar um pouco o posicionamento, para tapar melhor o extremo que cai na sua zona.
Tomás Araújo 5.8 – O jovem central optou por não complicar, o que acabou por ser uma decisão acertada. Sem falhas de monta, destaque para cinco alívios e três bloqueios de passe/cruzamento, mas também para 91% de acerto no passe (41 certos em 45).
Martim Neto 5.8 – O médio entrou sensivelmente a meio da segunda parte e teve um desempenho positivo, tendo mesmo realizado um passe de ruptura e criado uma ocasião flagrante de golo, que Yaremchuk não conseguiu converter. Falhou só dois de 17 passes.
Diego Moreira 5.6 – A sua entrada coincidiu com alguma quebra benfiquista, pelo que os números finais do médio não são extraordinários, mas mostrou personalidade, não teve medo de assumir o jogo e foi a tempo de fazer um remate, um passe para finalização e completar os cinco passes que realizou.
Resumo
// GoalPoint