Investigadores criaram uma nova técnica que pode ajudar a acabar com a caça ilegal e tráfico de ovos de tartarugas marinhas, muito comum na América Central.
De acordo com o site Science Alert, na América Central, muitos ovos de tartarugas marinhas (mais de 90% em algumas praias) nem chegam a eclodir porque são recolhidos por caçadores ilegais e traficados pelas cidades como alimento.
Por isso, cientistas testaram uma nova técnica que pode ajudar a acabar com este fenómeno. Algo tão simples como esconder dispositivos GPS em ovos falsos para rastrear o percurso destes criminosos.
Para testar esta tecnologia, chamada InvestEGGator, a equipa colocou 101 destes ovos falsos em ninhos de tartarugas marinhas espalhados por quatro praias da Costa Rica. No geral, foi implantado um ovo falso por ninho, uma vez que os caçadores costumam levar a ninhada inteira.
Destes dispositivos, cerca de 25% foram levados quando a ninhada foi roubada ilegalmente da praia. Os restantes foram deixados nas suas ninhadas. Quando os investigadores verificaram esses locais, os ovos reais eclodiram normalmente, mostrando que estes iscos não prejudicavam o seu desenvolvimento.
A partir dos ovos roubados, a equipa conseguiu rastrear cinco ninhadas traficadas: três da vulnerável tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e duas da ameaçada tartaruga-verde (Chelonia mydas).
“Mostrámos que é possível rastrear ovos retirados ilegalmente da praia até ao consumidor final, e prova disso foi o caminho mais longo rastreado, que identificou toda a cadeia de comércio durante 137 quilómetros“, afirma a bióloga Helen Pheasey, da Universidade de Kent, no Reino Unido, e uma das autoras do estudo publicado, a 5 de outubro, na revista científica Current Biology.