Foram encontrados ovos do mosquito-tigre-asiático (Aedes albopictus), uma espécie que transmite doenças como febre-amarela, dengue, Zika e chikungunya, em Mértola, no distrito de Beja.
O mosquito já tinha sido encontrado em Portugal, mais precisamente em Penafiel, em setembro de 2017. Mais tarde, em 2019, o mosquito voltou a ser encontrado em Loulé, no Algarve.
Em declarações ao Público, o delegado de saúde coordenador do Baixo Alentejo, Mário Santos, diz que foi identificada “uma postura de vários ovos do mosquito” em Mértola, em outubro de 2022.
“Estavam numa das armadilhas que colocámos no âmbito da Rede Nacional de Vigilância de Vetores (Revive)”, disse Mário Santos ao matutino.
Entretanto, vai ser constituído um grupo de trabalho, do qual fazem parte o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), “para levar a cabo uma vigilância vetorial adaptada à identificação deste agente”.
“Nesta altura do ano, o mosquito não está ativo, porque precisa de temperaturas médias na ordem dos 17 graus. Portanto, só voltará a estar ativo lá para março ou abril, mas depende muito das condições climáticas, e é por isso que é necessário ir monitorizando as temperaturas”, salienta o perito.
O mosquito-tigre-asiático é especialmente perigoso porque pode reproduzir-se em água parada e é capaz de se adaptar a vários ambientes, incluindo áreas urbanas. Isto significa que pode espalhar-se facilmente e causar epidemias.
Em Portugal ainda não ocorreram casos de doenças relacionadas com este mosquito, realça o Público, mas noutros países europeus já aconteceu.
Croácia, Espanha, França e Itália já registaram casos de dengue. França e Itália também já registaram casos de chikungunya, a “febre que torce”
Os sintomas de chikungunya incluem febre alta, dores nas articulações, inchaço, dores de cabeça, náuseas, vómitos e erupção cutânea.
O mosquito-tigre-asiático é resistente a vários tipos de inseticidas, o que torna mais difícil controlar a sua população. Por essas razões, é importante tomar medidas para evitar a reprodução e proteger-se contra as suas picadas.