Afinal, os ovos não são os vilões (e fazem bem à saúde)

Os ovos fazem ou não bem à saúde? A questão tem sido estudada há anos e a mais recente investigação confirma a tese de que são bons aliados.

Se, por um lado, há estudos que levantam a hipótese de que a ingestão de ovos aumenta o colesterol “mau” e os marcadores inflamatórios associados a doenças cardíacas e diabetes, outros destacam os benefícios do consumo de ovos com base na densidade nutricional.

Nesta nova investigação, os cientistas compararam o hábito de não comer ovos, comer três claras por dia e comer três ovos inteiros por dia e descobriram que o grupo que comeu ovos inteiros diariamente apresentou um aumento significativo da colina, um nutriente essencial encontrado nas gemas.

A ingestão de colina tem sido associada ao aumento de um metabólito conhecido como TMAO, que está ligado a doenças cardíacas. No entanto, o estudo aponta que o TMAO não alterou, apesar dos aumentos deste nutriente.

Este é o melhor cenário possível. Queremos ter quantidades abundantes deste importante nutriente, mas não aumentar este metabólito que pode promover doenças cardiovasculares”, sintetizou Catherine Andersen, professora associada de Ciências Nutricionais, citada pelo Tech Explorist.

O estudo revelou ainda que a inflamação e os níveis de colesterol no sangue não sofreram alterações negativas e que o consumo de ovos inteiros tinha um efeito menos prejudicial sobre os marcadores de fatores de risco de diabetes do que as claras de ovo.

No fundo, ao comer ovos inteiros, as dietas dos participantes eram geralmente mais ricas em nutrientes e os níveis de hematócrito mais elevados. “O facto de estarmos a analisar uma gama abrangente de medições permite uma melhor avaliação dos efeitos globais da ingestão de ovos. Isso é importante porque, se virmos uma mudança menos positiva num marcador, podemos ver, talvez no contexto, mudanças benéficas noutros.”

O artigo científico com as descobertas foi publicado recentemente na Nutrients.

Ovos e pílula: a relação

Cerca de 50% das mulheres que participaram neste estudo utilizavam uma pílula contracetiva combinada oral. Estas mulheres apresentaram alguns resultados distintos face àquelas que não tomavam, embora nenhuma alteração fosse estatisticamente significativa.

As amostras de sangue das mulheres que não tomavam a pílula revelaram aumentos mais elevados na relação entre o colesterol total e o colesterol HDL, que se pensa ser um fator de risco de doença cardíaca.

Esta foi a descoberta mais surpreendente e inesperada, dado que as pílulas contracetivas hormonais provocam frequentemente alterações metabólicas indesejáveis. No entanto, neste caso, a resposta aos ovos pareceu ser mais protetora.

ZAP //

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