Já sabemos como Ötzi, o Homem do Gelo, fez as suas próprias tatuagens

South Tyrol Museum of Archaeology/EURAC/Samadelli/Staschitz

Ötzi, o Homem do Gelo que, com 5300 anos, é a múmia mais velha da Europa

Nos Alpes, há mais de 5 mil anos, Ötzi, o Homem do Gelo, deu de caras com a morte, deixando para trás uma cápsula do tempo congelada de mistérios antigos.

Entre os segredos que se encontram no seu corpo bem preservado, há uma série de tatuagens, que os cientistas há muito se debruçam. Agora, investigadores da Divisão de Arqueologia do Tennessee afirmam ter desvendado o enigma das tatuagens de Ötzi, revelando detalhes da técnica utilizada para pintar a sua pele.

Ötzi, que viveu entre 3.350 e 3.105 a.C., contava com um total de 61 tatuagens, constituídas por 19 grupos de linhas pretas, predominantemente com menos de três centímetros de comprimento.

Apesar de décadas de especulação, o método pelo qual estas tatuagens foram aplicadas continua a ser objeto de debate. As teorias populares sugeriam uma “técnica de incisão”, que envolvia cortar a pele e esfregar o pigmento à base de plantas. No entanto, o estudo mais recente desafia esta noção, propondo que Ötzi utilizou uma técnica diferente.

A técnica “hand-poking”, também conhecida como stick-and-poke, consiste em perfurar repetidamente a pele com um objeto afiado mergulhado em tinta de tatuagem.

Para investigar esta hipótese, escreve o ScienceAlert, os arqueólogos colaboraram com o tatuador Danny Riday para reproduzir as tatuagens de Ötzi utilizando quatro técnicas diferentes, o que lhes permitiu comparar os resultados com os originais antigos.

A principal revelação reside nos traços distintivos deixados por cada método. Enquanto a técnica de incisão produz bordos limpos e retos, a picotagem manual produz pequenos círculos sobrepostos ou formas irregulares.

Ao analisar os padrões na pele de Ötzi, os investigadores determinaram que as suas tatuagens se assemelhavam mais às criadas através da picotagem manual, sugerindo a utilização de uma ferramenta pontiaguda, como um osso ou um furador de cobre. O estudo foi publicado esta semana na revista European Journal of Archaeology.

Aaron Deter-Wolf, um arqueólogo envolvido no estudo, destaca que foram descobertos artefactos semelhantes a ferramentas de tatuagem na região dos Alpes de Ötzi. Embora estes objetos não tenham sido previamente identificados como instrumentos de tatuagem, o estudo leva a uma reavaliação do seu objetivo.

Apesar da trágica morte de Ötzi, o seu legado perdura através das descobertas feitas pela ciência moderna. Estudos recentes revelaram pormenores surpreendentes sobre a sua aparência, ascendência e causa de morte, acrescentando novos capítulos à saga da múmia mais antiga da Europa.

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