No final da última era glaciar global, o profundo congelamento rápido e intenso da Terra atingiu um limiar natural nas alterações climáticas, fazendo com que o planeta descongelasse e ficasse num estado lamacento.
A Terra teve uma fase de fusão intensa e rápida, após a última era glaciar global. As primeiras provas geoquímicas diretas daquele período lamacento denominado “oceano do mundo das plumas” foram agora reveladas.
Um estudo publicado recentemente na PNAS revelou que o planeta passou por uma fase de fusão rápida e intensa, após a última era glaciar global.
Durante o período denominado oceano plúmbeo, níveis extraordinariamente altos de dióxido de carbono (CO2) desencadearam uma fusão maciça no planeta, que estava, até então, congelado.
Como explica a SciTechDaily, a última era glaciar ocorreu entre 635 e 650 milhões de anos atrás, e foi marcada por uma expansão significativa das calotas polares e uma redução drástica das temperaturas globais.
Durante este período glaciar, a superfície do oceano congelou, interrompendo o ciclo da água e a meteorização química, um processo essencial de erosão das rochas que consome dióxido de carbono.
Com a interrupção deste ciclo, o CO2 começou a acumular-se na atmosfera, aumentando o efeito de estufa e elevando gradualmente as temperaturas até que o ciclo de congelação foi catastroficamente interrompido.
“Era apenas uma questão de tempo até que os níveis de dióxido de carbono fossem suficientemente elevados para quebrar o padrão do gelo. Quando acabou, provavelmente acabou de forma catastrófica”, explicou
Num período relativamente curto de 10 milhões de anos, as temperaturas médias globais subiram de -45 para 48 graus Celsius.
Este aquecimento não resultou num derretimento uniforme das calotes polares. Em vez disso, enormes rios de água glaciar fluíram em direção ao mar, misturando-se com a água salgada e densa dos oceanos.
À margem deste novo estudo, os cientistas examinaram rochas carbonatadas formadas no final desta era glaciar para testar a teoria da “pluma oceânica”.
Analisada a abundância relativa de isótopos de lítio nas rochas, concluiu-se que as assinaturas geoquímicas de água doce eram mais fortes nas rochas costeiras do que nas formadas em águas oceânicas profundas e salgadas – corroborando a teoria.