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Os jovens alemães não sabem quando foi a era nazi

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Mais de metade dos jovens de 16 a 25 anos na Alemanha não são capazes de dizer corretamente qual foi o período exato do regime nazi no país, aponta um estudo conduzido pela Universidade de Bielefeld.

A pesquisa, realizada em indivíduos de 16 a 25 anos de idade, mostra no entanto que os jovens estão, em média, mais interessados pelo tema do que grupos populacionais mais velhos.

A pesquisa, divulgada na passada terça-feira, mostra também que enquanto mais de metade dos jovens conhece pelo menos três grupos de vítimas do nazismo, um em cada cinco entrevistados só foi capaz de citar um — ou nenhum — grupo.

Algumas vítimas são particularmente pouco conhecidas. Menos de metade dos entrevistados, por exemplo, citou doentes e pessoas com deficiência, e menos de um terço referiu as etnias nómadas sinti e cigana.

Quase 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a universidade procura conhecer as lacunas no conhecimento dos jovens sobre o regime nazi e quais seus interesses sobre o assunto, num momento que a Alemanha enfrenta novos desafios.

Atualmente, restam poucos sobreviventes capazes de testemunhar as atrocidades cometidas pelo nazismo, e os meios de comunicação digitais cada vez mais estão a diluir as linhas entre ficção e realidade.

Apesar desses resultados, o estudo deixa claro que os jovens alemães têm um forte interesse pela era nazi e por possíveis ligações entre a história alemã e o presente.

De acordo com o estudo, intitulado Memo, o interesse dos jovens pelo assunto é, em média, maior do que em grupos populacionais mais velhos: 63% dos jovens adultos, contra apenas 53% da média em todas as faixas etárias, afirmaram já se terem ocupado intensamente com a história do nacional-socialismo.

“Os jovens adultos são frequentemente acusados ​​de desinteresse por história e política. No entanto, a nossa pesquisa mostra uma geração muito comprometida e interessada”, diz um dos autores do estudo, Jonas Rees, do Instituto de Pesquisa Interdisciplinar sobre Conflito e Violência da Universidade de Bielefeld.

Ao mesmo tempo, de acordo com Rees, foram reveladas “lacunas sistemáticas em relação ao conhecimento muito básico dos factos históricos”.

Para Rees, a importância que a memória dos crimes nazis tem hoje mostra “não apenas o que recordamos coletivamente, mas também o que esquecemos coletivamente”.

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