Homens morrem mais do que mulheres com hipertensão, diabetes e sida, revela estudo de maio.
Os homens não só têm maior probabilidade do que as mulheres de desenvolver hipertensão, diabetes e VIH, como também são mais propensos a morrer devido a estas doenças.
As conclusões são de um estudo publicado em maio na PLOS Medicine, evidenciam como as desigualdades em saúde relacionadas com o sexo continuam a afetar os resultados e sugerem que as políticas de saúde atuais muitas vezes não abordam adequadamente estas diferenças.
A equipa liderada por Angela Chang, da Universidade do Sul da Dinamarca, analisou dados de dezenas de países para explorar como estas doenças afetam homens e mulheres de forma diferente ao longo do “caminho da saúde” — um conceito que engloba a exposição a fatores de risco, desenvolvimento da doença, diagnóstico, tratamento e mortalidade, explica o SciTechDaily.
O estudo demonstrou que em 200 países no caso da hipertensão, 39 no caso da diabetes e 76 no caso do VIH/SIDA, os homens apresentavam taxas mais elevadas de doença e de morte.
Uma das conclusões principais é que os homens têm menos tendência para procurar cuidados médicos ou aderir aos tratamentos, o que contribui para os piores resultados observados.
Além disso, as diferenças comportamentais e de estilo de vida também desempenham um papel. O estudo indicou que os homens são, em geral, mais propensos a fumar, enquanto as mulheres apresentam maiores taxas de obesidade e, em muitas regiões, têm maior probabilidade de adotar práticas sexuais de risco.
Os autores defendem que estas diferenças não se explicam apenas por fatores biológicos, mas também por papéis de género socialmente construídos que influenciam o comportamento e o acesso aos cuidados de saúde. As intervenções raramente refletem a realidade destas diferenças, e, sem dados detalhados desagregados por sexo, os sistemas de saúde arriscam-se a não identificar quem está a ser excluído da prevenção, do diagnóstico e dos cuidados.
