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Os cientistas têm uma nova ideia para que os pássaros não morram nas eólicas: riscá-las

ZAP // Graham Martin, Alex Banks

Eólicas riscadas para evitar morte de pássaros

Novo desenho causará mais impacto visual, mas pode salvar a vida de algumas aves raras.

A instalação de turbinas eólicas para a produção de energia é vista, de forma unânime, como uma excelente alternativa face a métodos mais poluentes. No entanto, a instalação destes aparelhos não está livre de consequências negativas, já que de alguma forma acaba por afetar a vida das aves, habituadas a voar livremente pelos céus, sobretudo nas zonas mais desertificadas.

De forma a evitar as lesões e até mortes dos pássaros, os cientistas avançaram com uma nova proposta: adicionar riscas às estruturas, de forma a torná-las mais visíveis, permitindo um desvio no voo.

De acordo com um estudo realizado em 2020, na Noruega, pintar apenas uma risca preta em cada turbina era o suficiente para reduzir as mortes de pássaros em 70%, sobretudo nas espécies mais raras.

Outra das conclusões da pesquisa confirmava que o branco, cor usado nas eólicas para diminuir o impacto visual, tinha exatamente o mesmo efeito nos pássaros: levava-os a confundir a estrutura com a paisagem, o que propiciava o embate.

Como tal, para reduzir os choques, era necessário tornar as eólicas mais visíveis.

Com base em estudos anteriores que procuravam estudar como é que os pássaros percecionam o mundo, Graham Martin, da Universidade de Birmingham, e Alex Banks, do Natural England, construíram um novo esquema de pintura, o qual acreditam tem mais probabilidade de ser visto pelos pássaros.

A ideia também se caracteriza pelo elevado contraste, de forma a que os pássaros consigam ver as riscas mesmo com menos luz. O desenho proposto pela dupla também cria um efeito “intermitente“, que os pássaros são especialmente bons a detetar.

De acordo com o IFL Science, a ideia seria fácil de implementar, com apenas uma pequena quantidade tinta a ter que ser adicionada pelas fabricantes das eólicas. No entanto, é possível antecipar que os habitantes dos territórios com estas estruturas não vão receber bem a alteração, já que muitos se queixam do impacto visual.

Uma importante ressalva a considerar é que o desenho em causa nunca foi testado, ao contrário de outros propostos anteriormente. A esperança dos seus autores é que a ideia possa ser considerada por fabricantes e governos, de modo a dar nova vida tanto aos pássaros como às eólicas.

ZAP //

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