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Os cães robóticos farejadores são os novos canários

ZAP // ACS Publications

Os compostos orgânicos voláteis (COVs) perigosos são frequentemente libertados para o ambiente durante eventos acidentais, representando graves riscos para os ecossistemas e para a saúde humana.

A deteção rápida destes compostos é essencial para compreender a sua presença, características e distribuição em ambientes complexos.

No entanto, o manuseamento manual de compostos orgânicos voláteis (COVs) perigosos é um desafio devido a ambientes inacessíveis e a riscos para a saúde.

Num novo estudo, publicado o mês passado na revista ACS Publications, uma equipa de investigadores equipou um robô quadrúpede semelhante a um cão com um braço mecanizado capaz de recolher amostras de ar em situações de risco como incêndios.

Este robô leva depois as amostras a uma pessoa que as pode analisar para detetar compostos potencialmente perigosos.

Apesar de haver espaço para aperfeiçoar o robô,  as demonstrações mostram o potencial do sistema em condições de risco, dizem os autores do estudo.

Segundo o Tech Explorist, testar o ar na busca por químicos perigosos em locais de trabalho de alto risco ou após acidentes é uma tarefa essencial, mas perigosa para os cientistas e técnicos.

A equipa de cientistas está a criar sistemas móveis de deteção de gases perigosos e compostos orgânicos voláteis, desenvolvendo ferramentas de amostras controladas  à distância, como drones aéreos e pequenas embarcações.

A equipa juntou agora a este conjunto de dispositivos um novo membro: um robô que se assemelha a um cão, equipado com um braço articulado nas costas, controlado de forma independente e equipado com três dispositivos capazes de recolher amostras de ar em qualquer fase da missão em terra.

ACS Publications

Os investigadores testaram o seu sistema de quatro patas em vários ambientes, como uma estação de tratamento de lixo, um sistema de esgotos, um posto de abastecimento de gasolina e um armazém de produtos químicos para recolher amostras de ar para COVs perigosos.

Apesar das dificuldades encontradas em tempo de chuva e neve, o cachorro tecnológico recolheu de forma eficaz amostras de ar e transferiu-as para o espetrómetro de massa portátil para análise no local, poupando tempo e eliminando a necessidade de expor os técnicos a ambientes perigosos.

Historicamente, os canários eram frequentemente usados nas minas de carvão para detetar a presença de gases perigosos, como o monóxido de carbono — um papel que poderá no futuro ser entregue a cães… robóticos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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