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Os 5 mais ricos do mundo duplicaram fortunas (enquanto 5 mil milhões empobreceram)

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Bret Hartman, TED / Flickr

Elon Musk, CEO da Tesla e SpaceX

A riqueza dos maiores bilionários do mundo aumentou 114% desde 2020, enquanto o rendimento dos 60% mais pobres diminuiu. Vamos ter o primeiro trilionário “dentro de uma década”.

As fortunas dos cinco homens mais ricos do mundo mais do que duplicaram desde 2020, enquanto 5 mil milhões de pessoas ficaram mais pobres, segundo um relatório da ONG de combate à pobreza Oxfam.

No documento divulgado esta segunda-feira, no encontro da elite económica global no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, a Oxfam International afirmou que, somadas as fortunas das cinco pessoas mais ricas do mundo — Elon Musk (Tesla, SpaceX), Bernard Arnault (LVHM), Jeff Bezos (Amazon), Larry Ellison (Oracle) e o mega-investidor Warren Buffet — aumentaram 114%, o que corresponde a 464 mil milhões de dólares (quase 424 mil milhões de euros), atingindo os 869 mil milhões de dólares (quase 794 mil milhões de euros) no ano passado.

No relatório lê-se ainda que as 148 maiores empresas do mundo tiveram lucros somados de 1,8 triliões de dólares nos 12 meses encerrados em junho de 2023, ou seja, um aumento de 52% sobre a média de três anos, o que gerou rendimentos vultuosos aos acionistas, ao mesmo tempo em que milhões de trabalhadores enfrentam uma inflação em alta e menor poder de compra.

A desigualdade não é um acaso: a classe dos bilionários garante que as grandes empresas lhes entreguem mais riquezas à custa de todas as outras pessoas”, afirmou o diretor-executivo interino da Oxfam, Amitabh Behar.

Desde 2020, o poder financeiro de quase 4,77 mil milhões de pessoas — ou 60% da população mundial — caiu 0,2% em termos reais, segundo a entidade.

A Oxfam lançou um apelo aos governos para que reduzam o poder das grandes empresas através da quebra de monopólios de modo a avançar no combate às desigualdades, além de instituir impostos sobre o lucro e a riqueza e promover alternativas ao controlo de acionistas, como aumentar a participação dos trabalhadores na administração empresarial.

“O poder das grandes empresas é usado para gerar desigualdade ao arrochar os trabalhadores e enriquecer os acionistas mais ricos, driblar impostos e privatizar o Estado”, diz a ONG.

“Guerra aos impostos”

Os analistas da Oxfam também demonstram como a “guerra aos impostos” travada pelas grandes empresas obteve êxito em derrubar as taxas em aproximadamente um terço nas últimas décadas.

“Em todo o mundo, representantes do setor privado promovem de maneira implacável as taxas mais baixas, com mais fendas legais, menos transparência e outras medidas voltadas para permitir que as empresas contribuam o menos possível para os cofres públicos”, alertou a ONG.

Há anos que a Oxfam chama a atenção para o aumento da disparidade entre os super-ricos e a maioria da população mundial durante o Fórum Económico Mundial de Davos. A entidade afirma que, desde a pandemia de covid-19, o abismo entre ricos e pobres vem aumentando.

A Oxfam prevê que teremos o primeiro trilionário dentro de uma década“, afirmou Behar. “Ao mesmo tempo, para derrotarmos a pobreza, precisaríamos de mais de 200 anos.”

A ONG avalia que a realização da cúpula do G20 no Brasil seria a oportunidade ideal para aumentar a consciencialização sobre as desigualdades, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou temas referentes à pobreza no centro da agenda do encontro das maiores economias do mundo.

A cimeira de Deli vai contar com a presença de duas dezenas de líderes mundiais, entre os quais o presidente norte-americano Joe Biden, o presidente brasileiro, Lula da Silva, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O presidente russo Vladimir Putin, por sua vez, já confirmou que não estará presente na reunião.

ZAP // DW

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3 Comments

  1. Como dizia un certo Coluche , “Há os que comem caviar com uma concha de sopa …….mas não é por isso que é melhor” , e de toda a maneira morrem como os outros e as vezes até pior .

  2. Um dos maiores perigos para a democracia vem desta imoral distribuição do dinheiro. Quanto maior for a população pobre, mais fácil será os demagogos e autocratas arregimentarem os descontentes. Mas a generalidade dos políticos não quer enfrentar o problema porque não ganham nada com isso.

  3. Se não houver uma justa redistribuição de rendimentos, mais de dois terços dos habitantes deste planeta irá morrer de fome, enquanto os mais ricos ficarão cada vez mais gordos.

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