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“Quem nega que este Orçamento é pipi? Tem xisxis”

Julien Warnand/EPA

Fernando Medina, ministro das Finanças

Perspectiva lançada por Ricardo Araújo Pereira. Marques Mendes vê um documento “habilidoso” e com um ministro vencido.

O Orçamento de Estado continua a originar reacções. Estas duas em contextos bem distintos.

Luís Marques Mendes confessou: “Talvez não estivesse à espera de tanto eleitoralismo”.

No seu comentário habitual na SIC, Marques Mendes não têm dúvidas: este documento é eleitoralista e habilidoso.

“Claro que é um Orçamento de Estado eleitoralista. E muito. Só que é um eleitoralismo hábil. É eleitoralista nos salários, nas pensões, no enorme aumento de despesa pública – mas sobretudo no alívio fiscal. É habilidoso na conciliação de alívio fiscal com excedente orçamental. Não é fácil acusar de eleitoralismo um Orçamento de Estado que não tem défice e até tem excedente orçamental”.

Em relação aos impostos, o comentador vê uma ligação directa com o PSD: “O Governo foi muito mais longe do que se previa. Porquê? Por causa da proposta do PSD. O Governo quis tirar ao PSD o discurso da baixa de impostos. Primeiro disse mal da proposta. Depois fez quase igual. É a táctica política.

O social democrata vê “coisas boas” no documento, como o défice, a dívida e o IRS, e também “coisas más” na economia (falta de ambição económica e de incentivos à produção e à poupança, e a carga fiscal que volta a subir).

Mas tem também “um truque fiscal pouco recomendável: o Governo dá com uma mão o que tira com a outra. Os impostos indirectos superam a descida do IRS”.

De acordo com o especialista, o documento evidencia que dois ministros venceram e um saiu derrotado. Fernando Medina e Ana Mendes Godinho ganham, Costa Silva perde.

“A economia é o parente pobre deste Orçamento de Estado; falta uma estratégia e faltam medidas que fomentem o crescimento de riqueza. Este é um ministro ausente no Orçamento. É um desaparecido, completamente ausente, e isto é mau”, avisou.

Além disso, há quatro ministros que ficam sob especial observação: Saúde, Educação, Presidência e Habitação – porque todos “têm muito dinheiro, mas até agora não apresentaram resultados”.

O “pipi”

Luís Montenegro descreveu o documento como “pipi, que aparece bem vestidinho, muito apresentadinho, mas que é só aparência”. Depois, Carlos César disse que o Orçamento de Estado “não é pipi”.

“Esta discusão sobre o pipi não parecia uma discussão sobre o Orçamento de Estado; parecia uma discussão de obstetras sobre uma ecografia“, ironizou Ricardo Araújo Pereira, também na SIC.

Mas o humorista disse que percebe que o líder do PSD esteja obcecado por pipi: “Tem recuado tanto nas sondagens que só ouve ‘pi pi’ de marcha-atrás”.

Ricardo recuperou a partilha de Susana Peralta, a professora de economia que mostrou que há uma parte do Orçamento de Estado que prevê “XX milhões em habitação pública, XX na educação e YY na coesão territorial”.

“Quero ver alguém negar, agora, que é um Orçamento pipi. Pois se tem xisxis…”, disse Ricardo.

Por outro lado, “o Governo esteve bem: as pessoas vão ver sempre ver o Orçamento à procura de cagadas, mas só encontraram xisxis”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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