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Guaidó vai recorrer a militares estrangeiros para fazer regressar a democracia à Venezuela

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Miguel Gutierrez / EPA

O presidente da Assembleia Nacional venezuelana e opositor do regime, Juan Guaidó, anunciou este domingo que aquele órgão vai aprovar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, um pacto de assistência militar estrangeira, para tentar fazer regressar a democracia ao país.

“Vamos avançar em todos os terrenos de luta. Temos o legítimo direito de construir as capacidades e alianças internacionais necessárias para proteger e defender o povo e a nossa soberania. Cumpridos os passos requeridos, a Assembleia Nacional da Venezuela aprovará o TIAR”, sigla do mecanismo também conhecido como Tratado do Rio, anunciou na sua conta do Twitter.

Segundo Juan Guaidó, depois de aprovado o TIAR os venezuelanos terão “que construir o apoio dos demais países da região para este mecanismo cuja aprovação final passará pela Organização dos Estados Americanos”.

O nosso desafio é mobilizar e aumentar a pressão dentro e fora da Venezuela, para conseguir o nosso objetivo”, explica. Segundo o presidente do parlamento (onde a oposição detém a maioria), “Já não há espaço para a dúvida, ficou muito claro para o mundo que a Venezuela vive uma ditadura”.

“Por isso, assumo a minha responsabilidade nas ações que vamos liderar em todos os mecanismos que estamos a acionar, como parte de uma só estratégia, para conquistar a mudança”, disse. O líder da oposição ao regime do Presidente Nicolas Maduro sublinha que “a transição é irreversível” na Venezuela, mas explica que “não existem soluções mágicas”.

“Tanto o TIAR como os demais mecanismos que usaremos, requererão aumentar a pressão interna e externa. Estarmos unidos é indispensável para conseguir os apoios que necessitemos e garantir o seu êxito”, afirmou.

O Tratado Interamericano de Assistência Recíproca ou Tratado de Rio, é um pacto de defesa mútua interamericano, assinado a 2 de setembro de 1947 no Rio de Janeiro e que entrou em vigor a 12 de março de 1948. Fazem parte do TIAR Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Trinidad e Tobago, Bahamas e o Canadá. Fizeram parte do TIAR mas depois retiraram-se o México, Cuba, Nicarágua, Bolívia e o Equador.

O Governo venezuelano retirou a Venezuela do TIAR, em junho de 2012, mas em finais de abril último (2019) o parlamento da Venezuela aprovou iniciar um processo de adesão.

A crise político-económica e social da Venezuela agravou-se em janeiro último, quando o opositor Juan Guaidó jurou assumir as funções de presidente interino do país, e lutar por uma transição e eleições livres e democráticas no país. Mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram o país, fugindo á crise, nos últimos cinco anos.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Guaidó é um ‘democrata’ nato. Faria tudo para haver ‘democracia’ do tipo Pinochet em Venezuela, matar e torturar. Entretanto e enquanto espera o resultado do estrangulamento da vida dos Venezuelanos com as sanções dos EUA e apêndices aguarda e sonha de um golpe tipo ‘Baia dos Porcos’ Mas isto tudo em nome da ‘democracia’, claro!
    O que não admite é que a sua classe (católico medio alta) não domina a riqueza do país e todo o povo é punido por isso. Ele quer ser o líder dos corruptos, a mandar.

  2. Maior totalitarismo, corrupção e indiferença ao povo será coisa impossível, não? Que tal rever alguns conceitos à luz dos direitos humanos e da democracia? – Talvez fosse interessante…

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