No domingo, seis partidos da oposição na Hungria anunciaram uma frente comum para tentar afastar o primeiro-ministro, Viktor Orbán, e o seu partido Fidesz nas legislativas de 2022.
Seis partidos da oposição húngara anunciaram a formação de uma grande coligação para as eleições legislativas de 2022. O objetivo, segundo o Público, é pôr fim ao Governo do Fidesz, no poder desde 2010.
O acordo entre os partidos prevê que nas eleições de 2022 seja apresentado apenas um candidato que represente a coligação, que inclui partidos ideologicamente muito diferentes como o liberal Momentum, o Jobbik nacionalista de direita e o partido verde Dialogue.
“Criar uma Hungria independente, habitável e orgulhosa” é o mote, mas ainda persistem muitas dúvidas quanto à forma como partidos tão diferentes se podem articular num Governo.
Para já, há um compromisso quanto à seleção de candidatos para as listas: ficam de fora candidatos que tenham colaborado com o Fidesz, estejam envolvidos em casos de corrupção ou que tenham feito declarações cujo teor atentou contra os direitos humanos.
Atualmente, o Governo dispõe de uma super-maioria no Parlamento, com mais de dois terços dos deputados, que permitiu a Orbán modificar a Constituição e realizar uma série de alterações legislativas, consideradas como ataques ao estado de direito. No entanto, sondagens recentes sugerem que uma estratégia de unidade pode ser eficaz para desafiar o poder com uma década do Fidesz.
Atualmente, uma parte dos 199 lugares da assembleia nacional húngara é atribuída por representação proporcional, sendo os restantes mandatos (106) disputados por círculo eleitoral e escrutínio uninominal.
Para apresentar uma lista a nível nacional, os partidos passarão a ter de indicar candidatos em 71 distritos, em vez dos 27 atuais.
Liliana Malainho, ZAP // Lusa