//

ONG acusa países de maltratarem os heróis da luta contra o Ébola

dfid / Flickr

Andrew Mitchell e Justin Forsyth (dir), da ONG Save the Children, em Dadaab, no Quénia

Uma organização britânica criticou este domingo os governos que colocam em quarentena o pessoal médico que chega aos seus países infetado pelo Ébola e os que recusam vistos aos cidadãos dos países africanos mais atingidos pelo vírus.

O diretor-geral da organização “Save the Children“, Justin Forsyth, criticou hoje o facto de países como a Austrália e o Canadá terem decidido fechar as suas fronteiras aos cidadãos de países afetados pela epidemia de febre hemorrágica.

Durante uma visita à Serra Leoa, um dos três países africanos com mais problemas, Justin Forsyth criticou também as medidas de quarentena impostas por alguns estados norte-americanos aos profissionais de saúde que lidam com aqueles doentes.

“É muito importante que os enfermeiros e os médicos possam viajar facilmente para a Serra Leoa, a Libéria e a Guiné, mas também é importante que possam chegar ao seus países sem a ameaça da quarentena“, defendeu o responsável pela organização não-governamental de defesa dos direitos da criança em todo o mundo.

A posição de Justin Forsyth surge depois da polémica instalada em Nova Jersey por terem colocado em quarentena uma enfermeira que regressava de Serra Leoa e não tinha sintomas considerados perigosos e de a Califórnia ter instituído, esta semana, a medida de quarentena para todo o pessoal médico que tenha estado em contacto com doentes com Ébola.

Já na Austrália e no Canadá, os governos decidiram suspender a emissão de vistos para os nacionais dos países afetados pela epidemia, numa tentativa de ficar longe do vírus.

Em declarações à agência de notícias AFP, Forsyth considerou estas medidas “completamente anormais“, defendendo que deveriam ser “facilitadas as idas e vindas de pessoal médico, porque eles são heróis”.

Segundo os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS), o surto de Ébola já atingiu 13.567 pessoas e provocou 4.951 mortes, a maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.