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A OMS quer saber por que a microcefalia está concentrada no Brasil

bhopalmedicalappeal / Flickr

Sayma, uma criança com microcefalia, não consegue falar. Na foto, durante o seu exercício diário para fortalecer os músculos dos braços.

Sayma, uma criança com microcefalia, não consegue falar. Na foto, durante o seu exercício diário para fortalecer os músculos dos braços.

A Organização Mundial de Saúde ainda não sabe porque é que os casos de microcefalia estão concentrados no Brasil. A agência da ONU quer entender a situação, e o porta-voz Christian Lindmeier explicou em Genebra que são ainda necessárias muito mais pesquisas.

Pronunciando-se acerca dos bebés que nasceram com microcefalia no Brasil, o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, explicou que é agora difícil estabelecer o que aconteceu há nove ou há 10 meses na região.

Segundo Lindmeier, não se sabe o que terá afectado as grávidas no primeiro trimestre da gestação ou até mesmo antes, durante a concepção.

Além disso, a incidência de casos de microcefalia no Brasil, apesar de o Zika estar a afectar vários outros países sul-americanos, intriga os cientistas da OMS.

Por isso, é importante descobrir se o Zika é mesmo o único responsável pela microcefalia, explica Lindmeier.

O porta-voz da OMS confirma que o vírus já foi encontrado no sangue e no sémen, mas as condições da transmissão ainda não estão completamente claras.

Os investigadores procuram descobrir, por exemplo, por quanto tempo após a infecção o Zika pode ser transmitido a outra pessoa.

A OMS pede também cautela acerca da associação entre o vírus e a síndrome de Guillan-Barré.

A Colômbia registou 20 mil casos de Zika e 100 casos de Guillain-Barré, síndrome já confirmada também no Brasil, em El Salvador e na Polinésia Francesa.

A Cruz Vermelha lançou entretanto um apelo a uma ajuda financeira de 2,4 milhões de dólares para apoiar os países afectados pelo Zika.

O dinheiro é importante para o controle do mosquito e para reduzir os riscos associados ao vírus.

Mas controlar o mosquito Aedes aegypti e evitar focos de reprodução, como água parada, continua a ser a melhor forma de combater o zika e a dengue.

Além disso, nas regiões com presença do mosquito transmissor, as pessoas devem usar repelentes e roupas apropriadas para evitar a picada, como calças e camisas de manga comprida.

R-ONU

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