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OMS preocupada com possível transmissão de gripe das aves entre humanos

USAID Asia / Flickr

A Organização Mundial de Saúde (OMS) manifestou, esta quarta-feira, “enorme preocupação” com a crescente disseminação da estirpe H5N1 da gripe aviária para novas espécies – e, potencialmente, entre humanos.

A OMS está preocupada com a transmissão da gripe aviária H5N1 para e entre humanos.

“Isto continua a ser uma enorme preocupação”, declarou Jeremy Farrar, cientista-chefe da agência de saúde das Nações Unidas, numa conferência de imprensa em Genebra (Suíça).

De acordo com Jeremy Farrar, o H5N1 tem “uma taxa de mortalidade extraordinariamente elevada” em pessoas contaminadas através do contacto com animais infetados.

Entre o início de 2023 e o dia 1 de abril de 2024, a OMS indicou ter registado um total de 889 casos humanos de gripe aviária em 23 países, incluindo 463 mortes, o que representa uma taxa de letalidade de 52%.

Atualmente, o principal receio é que o vírus se adapte para ser capaz de se transmitir entre humanos.

Vírus pode adaptar-se e dar início a ciclo

Além da vigilância dos humanos infetados por animais, “é mais importante perceber quantas infeções humanas ocorrem sem se saber, porque é através destas que ocorrerá a adaptação do vírus”, explicou Jeremy Farrar.

“É trágico dizê-lo, mas se eu for infetado com o H5N1 e morrer, [a cadeia de transmissão do vírus] acabou. Se andar entre as pessoas e o transmitir a alguém, dou início ao ciclo”, acrescentou.

Para o responsável, os sistemas de vigilância e deteção de infeções nunca são demais, mas notou que o caso norte-americano “ocorreu no país mais rico do mundo”, onde se realizam estudos serológicos para ver se ocorrem transmissões junto dos criadores de vacas.

No início de abril, as autoridades norte-americanas indicaram que uma pessoa tinha testado positiva para a gripe aviária, após ter sido infetada por uma vaca leiteira no Texas.

O único sintoma do doente foram os olhos avermelhados (como acontece numa conjuntivite), referiram as autoridades, acrescentando que o caso foi isolado e tratado com um medicamento antiviral para a gripe.

Ainda assim, até agora têm sido raros os casos de transmissão para humanos – mas existem. Em fevereiro, uma criança de nove anos com a estirpe H5N1 morreu de gripe aviária no Camboja, depois de em 2023 terem sido registadas três mortes naquele país.

ZAP // Lusa

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