O Presidente da República português fez um balanço positivo do primeiro dia da Conferência sobre os Oceanos das Nações Unidas, afirmando que o mesmo trouxe “muito boas notícias”.
O Presidente da República português fez esta segunda-feira um balanço positivo do primeiro dia da Conferência sobre os Oceanos das Nações Unidas, que decorre em Lisboa, salientando que o tema “já não é só conversa” e existem medidas concretas.
Em declarações aos jornalistas, depois de um conjunto de encontros bilaterais durante a conferência da ONU que decorre na Altice Arena, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o dia trouxe “muito boas notícias”, salientando os compromissos assumidos por diversos países, incluindo Portugal.
“Foi positivo. Além de haver o alarme, além de haver a crítica, além do reconhecimento de que não se andou tão depressa quanto se devia, a ideia de que há já quem esteja a dar passos importantes para não ser só conversa, conversa, conversa, sem ação”, destacou.
Questionado sobre o porquê de esta conferência ser diferente de outros compromissos já assumidos no passado, o chefe de Estado português começou por responder que já houve “um tratado sobre os plásticos nos oceanos”, que foi “uma conquista fundamental” e que se está “a poucos meses” de fechar um tratado global “sobre biodiversidade”.
“Depois, porque há decisões unilaterais de estados que, em muitos sítios, no Pacífico isso é muito claro, mas um pouco em todos os oceanos, são já medidas vinculativas de proteção”, destacou.
Marcelo reconheceu que “o passo ainda é lento” mas por comparação “há 10, 15 ou 20 anos, é outro mundo”. “Já não é só conversa, já há medidas que estão a ser tomadas: quando há uma zona protegida nas selvagens, nos Açores, que está a nascer, isso não é conversa, é a realidade. O problema é haver mais realidade do que aquela que já existe”, vincou.
Costa reunido com Guterres
Também António Costa esteve reunido esta segunda-feira com o secretário-geral das Nações Unidas, tendo defendido que a conferência de Lisboa, que decorre até sexta-feira, deve definir “ações drásticas” para enfrentar a emergência oceânica.
Na sessão de abertura da conferência, António Guterres defendeu que “o mar tem de se tornar um modelo da forma como se gerem os problemas globais”, o que “significa evitar e reduzir a poluição de todos os tipos”.
Além disso, segundo o secretário-geral das Nações Unidas, há que proteger “as pessoas cujas vidas dependem do mar do impacto das alterações climáticas”, apostando-se em “novas infraestruturas costeiras que sejam resilientes ao clima”. Acrescentou que o setor dos transportes marítimos deve comprometer-se no sentido de baixar as emissões de carbono para zero “até 2050”.
O líder das Nações Unidas assumiu também o objetivo de mapear 80% do fundo do mar até 2030. “E encorajo o setor privado a juntar-se a alianças que pratiquem uma gestão sustentável e a investigação dos oceanos”, propôs António Guterres.
// Lusa