O Observador, um projeto “100% digital”, arranca esta segunda-feira com uma aposta na qualidade “desde o primeiro minuto” e a característica “estruturante” de explicar as notícias.
O diretor executivo do Observador, David Dinis, disse à Lusa esperar que o projeto leve os leitores a participar e “serem pessoas com mais informação”.
“A minha expectativa é que consigamos, desde o primeiro minuto, fazer um projeto de qualidade e que vá acrescentando qualidade a essa qualidade. Tenho uma enorme expectativa que consigamos fazer algumas coisas diferentes, procurar ângulos diferentes e informação que seja útil às pessoas”, disse o diretor executivo.
O jornal online arranca com uma equipa com 24 jornalistas.
“O Observador é essencialmente um projeto 100% digital”, sublinhou David Dinis, “disponível em qualquer dispositivo, desde computador, portátil, tablet ou smartphone”.
“Não temos a necessidade de estar a trabalhar para o papel, para o som, não temos de fazer imagem”, acrescentou. No entanto, “vamos ter cada um desses elementos incorporados dentro do nosso site”, disse.
“Explicador”, muitos links e tudo grátis
Questionado sobre o que é que diferencia o Observador de outros projetos, David Dinis apontou uma das características do jornal digital, que considera “a mais estruturante”: a de explicar as notícias.
O Observador vai ter um Explicador, que “nos temas essenciais vai estar sempre cruzado e visível”, dando contexto aos temas abordados. Sempre que o tema mereça uma explicação, haverá respostas sobre o assunto e o leitor terá facilidade de procurá-las, podendo ainda sugerir novas questões, segundo o responsável.
O Observador vai apostar também na “capacidade de linkar”, ou seja, sugerir ao leitor uma outra página da concorrência, desde que a informação seja considerada relevante, seja em português, inglês ou francês.
Se houver uma notícia que o Observador ainda não tenha dado e seja relevante, o jornal digital redirecionará o leitor para a origem da notícia.
“Ninguém tem de pagar pelo Observador”, garantiu David Dinis. “Somos um projeto aberto, obriga-nos a um desafio de um modelo de negócio que nos permita a sustentabilidade da empresa”, disse, apontado que o Observador irá organizar conferências e procurar parceiros que apoiem o projeto.
Quem manda
O Conselho de Administração do Observador é presidido por António Carrapatoso, e tem como vogais Duarte Schmidt Lino, José Manuel Fernandes e Rui Ramos. Rudolf Gruner é o diretor-geral do projeto online.
Na segunda-feira passada, a assembleia geral do Observador OnTime, presidida por Alexandre Relvas, deliberou aumentar os capitais próprios (capital social e prestações suplementares) do jornal digital para 3,2 milhões de euros.
Entre os acionistas do projeto estão António Pinto Leite, António Viana Baptista, Bar Bar Idade I SGPS (acionista de referência Carlos Moreira da Silva), Holdaco SGPS (António Champalimaud), Jorge Bleck, José Manuel Fernandes, Lusofinança (Filipe de Botton e Alexandre Relvas), Orientempo (António Carrapatoso) ou Ribacapital SGPS (João Talone), entre outros.
O Conselho Geral de Supervisão do projeto conta com Jaime Gama como presidente e Luís Amado enquanto vogal.
ZAP / Lusa