A Câmara de Grândola embargou uma obra do criador de moda francês Christian Louboutin em Melides, por não cumprir a lei. A habitação pode, agora, ser demolida.
Trata-se de uma habitação em alvenaria com 80 metros quadrados que estava a ser construída na estrada da praia da Vigia, na margem direita da Lagoa de Melides, conforme adianta o Jornal de Negócios.
A obra foi embargada pelos serviços municipais e denunciada também ao Ministério Público por “violação das regras urbanísticas vigentes no âmbito da Rede Natura 2000“, adianta a publicação.
Inicialmente, a obra foi sinalizada pela autarquia em Outubro de 2024, no âmbito de uma fiscalização municipal que concluiu que os trabalhos decorriam sem que se tivesse efectuado “o controlo prévio municipal obrigatório previsto no Regime Jurídico de Urbanização e Identificação”, cita o Negócios.
Os serviços propuseram, então, o embargo da obra, o que acabou mesmo por se concretizar. Agora, o próximo passo pode ser a demolição.
“Não tem a ver com a pessoa em si”
O presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, diz ao Negócios que o caso “não tem a ver com a pessoa em si, mas com um processo de fiscalização normal”, salientando que as ilegalidades na obra foram detectadas durante uma “visita de rotina”.
Louboutin é uma das muitas celebridades mundiais que têm investido em Melides, zona que tem sofrido grande pressão turística, com o consequente crescimento de várias obras urbanísticas.
Desde 2020, a autarquia de Grândola detectou 40 obras realizadas sem autorização, nomeadamente “casas de madeira, casas móveis pré-fabricadas, construções em alvenaria, piscinas e contentores marítimos”, conforme cita o Negócios.
Louboutin que é famoso pelos sapatos de sola vermelha, abriu um hotel em Melides, em 2013, e está a construir outro na margem esquerda da lagoa.
O designer de moda tem uma fortuna avaliada em 1,1 mil milhões de euros, e integra a associação Interdital Melides que defende boas práticas ambientais para proteger a Lagoa de Melides e a sua envolvente.
Era mandar tudo a baixo e prender quem faz sem autorização… é preferível aplicar multas de 250 euros a sem-abrigo por tentativa de furto de champô e polvo. Justiça assim é que é bom…