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Obesidade pode melhorar o efeito de alguns tratamentos para o cancro

Tony Alter / Flickr

Investigadores encontraram uma correlação entre um índice de massa corporal alto e a eficácia de um tratamento de imunoterapia recente para o cancro do pulmão.

Um novo estudo sugere que pacientes oncológicos com um maior índice de massa corporal (IMC) tendem a mostrar melhores taxas de sobrevivência em comparação com pesos considerados saudáveis. Esta investigação que, à primeira vista, parece ser paradoxa aplica-se principalmente a pacientes que receberam um novo tratamento de imunoterapia para o cancro do pulmão.

“Estudos anteriores exploraram um conceito chamado ‘paradoxo da obesidade‘, em que a obesidade está associada a maiores riscos para o desenvolvimento de certos tipos de cancro e, contraintuitivamente, pode proteger e proporcionar maiores benefícios de sobrevivência em certos indivíduos”, explica Ganessan Kichenadasse, um dos autores do estudo, citado pelo New Atlas.

O ‘paradoxo da obesidade’ é uma ideia que está longe de reunir consenso na comunidade científica, mas há estudos que defendem a sua viabilidade. A investigação dos cientistas australianos foi publicada, na semana passada, na revista científica JAMA Oncology.

Assim, a hipótese proposta pelos cientistas é que a obesidade, de certa forma, pode aumentar a eficácia da imunoterapia em pacientes oncológicos.

Para sustentarem as suas ideias, examinaram 1500 pacientes com cancro do pulmão de não pequenas células que, segundo a CUF, é o cancro mais frequente, correspondendo normalmente a 85% dos casos de cancro no pulmão. O tratamento a ser aplicado a estes pacientes era o Atezolizumabe — um anticorpo que aumenta a potência do sistema imune para combater células cancerígenas.

Também foram observados pacientes oncológicos aos quais lhes estava a ser administrado um tratamento mais tradicional. Nestes casos, esta correlação entre obesidade e eficácia do tratamento não foi verificada.

“O nosso estudo fornece novas evidências para apoiar a hipótese de que um alto IMC e obesidade podem estar associados à resposta à imunoterapia”, diz Kichenadasse. “Embora o nosso estudo tenha analisado apenas durante o tratamento, acreditamos que justifique mais estudos sobre o papel potencialmente protetor do IMC alto noutros tratamentos contra o cancro”, acrescentou.

ZAP //

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