O semicondutor mais rápido de sempre está pronto para revolucionar os computadores

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Foi descoberto um novo material que pode funcionar como um semicondutor até 1.000 vezes mais rápido do que os chips de computadores atuais. O uso comercial generalizado deste material enfrenta, no entanto, alguns obstáculos, tais como a necessidade de reinventar técnicas de fabrico e a sua raridade.

Um estudo, publicado esta quinta-feira na Science, pode vir a revolucionar para sempre o mundo dos chips dos computadores.

A equipa de investigação encontrou um novo material “superatómico” com a fórmula química Re6Se8Cl2, composto de rénio, selénio e cloro, que pode servir como um semicondutor mais rápido e eficiente do que o silício vulgarmente utilizado.

Ao contrário do silício, que depende do movimento disperso de eletrões para transmitir dados, o novo material canaliza partículas chamadas excitões em linhas retas, permitindo-lhes percorrer distâncias muito mais rapidamente.

Teoricamente, um transístor feito deste novo material poderia permitir que os dados se movessem entre 100 e 1.000 vezes mais rápido do que com os chips atuais à base de silício.

“Se pensarmos num processador de gigahertz, atualmente, em princípio, poderia ir para centenas de gigahertz ou talvez um terahertz em termos de velocidade de comutação do seu transístor [com o novo material]. Previmos que os ganhos de desempenho serão enormes”, explicou Milan Delor na Universidade de Columbia, citado pela New Scientist.

Há alguns desafios

O rénio é um dos elementos mais raros na crosta terrestre, ao contrário do silício, que é o segundo mais abundante.

Esta escassez prediz que os chips de Re6Se8Cl2 poderão ser caros, e limitados a aplicações especializadas, como naves espaciais e computadores quânticos.

Além disso, os engenheiros – que passaram as últimas décadas a aperfeiçoar tecnologias à base de silício – teriam agora de se reinventar e “dar um passo atrás” – sem garantias de que consigam “dar dois à frente”.

Miguel Esteves, ZAP //

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2 Comments

  1. Neste momento o limite nos processadores não é devido ao Silício, mas às dimensões. A velocidade da luz limita os processadores atuais a alguns Gigaherts, tendo os fabricantes optado pelos multiprocessadores a trabalhar em paralelo. O outro problema de dimensões está ligado ao processo litográfico. Neste momento, sem ir para preços exorbitante e tempos elevadissimos para produzir um chip, estamos limitados a dimensões dedezenas de nanometros (1 nm=0,000001 mm). Cientificamente é um novo semicondutor muito interessante, do ponto de vista prático é irrelevante!

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