Podemos já saber o segredo da resistência de um dos maiores organismos do mundo

Henk Monster / Wikimedia

Armillaria ostoyae

Cientistas podem finalmente ter descoberto o que torna um dos maiores organismos do mundo tão resistente, para que possa cobrir uma área equivalente a 1.220 campos de futebol.

Armillaria é um género de fungos parasitas que vivem em árvores e arbustos lenhosos. Inclui mais de 40 espécies, que antes eram agrupadas numa única. Estes fungos têm uma vida longa e formam alguns dos maiores organismos do mundo.

O maior deles, em Oregon, nos Estados Unidos, cobre mais de 8.9 km² — equivalente a 1.220 campos de futebol — e, embora seja difícil dizer com precisão, estima-se que tenha entre 2.400 e 8.000 anos. Conhecido como Armillaria solidipes, este fungo terá uma massa total de 605 toneladas.

A sua imensidão de tamanho faz com que seja comparado ao Pando, uma área de 42 hectares de clones de álamo-trémulo nas montanhas Wasatch, no oeste dos Estados Unidos. Este é considerado o maior organismo individual da Terra.

Armillaria é um “vampiro”: um fungo patogénico que se alimenta de árvores. Pode drenar a vida de 600 tipos de plantas e, assim, dizimar a vegetação, causando prejuízos de milhões de dólares aos agricultores, escreve o ScienceAlert.

A capacidade deste fungo parasita de se tornar tão enorme deve-se em grande parte à sua robustez. Os típicos fungicidas até podem estimular o seu crescimento.

Por isso, investigadores da Universidade do Utah decidiram investigar o que torna este fungo tão resistente. Debora Lyn Porter e os seus colegas examinaram o Armillaria solidipes, comparando amostras de laboratório com amostras da natureza.

Os investigadores descobriram que apenas o fungo selvagem produziu rizomorfos com uma camada de escudo que pode proteger os tentáculos mais sensíveis de forças químicas e mecânicas.

O escudo de fungos selvagens também tinha poros muito mais pequenos do que os vistos naqueles cultivados em laboratório.

Estas propriedades fornecem aos tentáculos a força necessária para, junto com a ajuda de enzimas, romper as raízes e roubar os nutrientes das árvores.

Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista científica Journal of the Mechanical Behavior of Biomedical Materials.

Daniel Costa, ZAP //

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