O que é a “gripe longa” que os médicos ainda estão a tentar entender?

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Um estudo conduzido por investigadores britânicos revela que as “gripes longas” podem apresentar sintomas prolongados semelhantes aos da “covid longa”, uma condição que ganhou notoriedade durante a pandemia de COVID-19.

O estudo, apresentado num artigo publicado esta sexta-feira na revista eClinical Medicine , foi realizado com 10.171 adultos que responderam a questionários sobre sintomas persistentes após infeções respiratórias.

Segundo os resultados do estudo, os sintomas comuns da gripe prolongada incluem tosse, problemas de estômago e diarreia.

O estudo indica que as pessoas que tiveram infeções respiratórias recentes, como gripe ou constipação, são mais propensas a apresentar esses sintomas do que as que não as tiveram. Os sintomas também incluem dor muscular, problemas de sono e dificuldades de concentração.

“Este estudo oferece validação para pacientes que enfrentam problemas duradouros após uma infecção viral”, disse à BBC o autor principal do artigo, Adrian Martineau, investigador da Universidade Queen Mary de Londres. “As pessoas podem realmente sentir-se muito deprimidas depois de um vírus”, acrescentou.

Ao contrário da covid longa, que afeta cerca de 1,9 milhões de pessoas no Reino Unido, o número exato de pessoas afetadas por gripes longas é desconhecido.

Os especialistas em virologia e saúde pública alertam para a necessidade de mais estudos para compreender a prevalência, o risco e os tratamentos possíveis para essas condições.

Giulia Vivaldi, corresponding author do artigo e também investigadora da Universidade Queen Mary, sublinha a importância de considerar os efeitos duradouros de outras infeções respiratórias agudas.

“A falta de um termo comum e testes de diagnóstico específicos torna difícil tanto o diagnóstico como o tratamento destas condições”, realça a investigadora, citada pelo EurekAlert. “Se falarmos apenas de covid longa, há já mais de 200 casos investigados”.

Segundo Peter Openshaw, professor de medicina experimental no Imperial College de Londres, a recuperação de qualquer infeção respiratória pode ser lenta e o termo “gripe longa” não deve levar-nos a subestimar os sintomas severos da covid longa.

Paul Harrison, professor de psiquiatria da Universidade de Oxford, concorda, acrescentando que os sintomas de longo prazo são comuns não apenas após a COVID-19, mas também após outras infeções respiratórias.

Os autores do estudo sublinham a necessidade de uma abordagem mais integrada no tratamento de infeões respiratórias prolongadas e apelam à comunidade científica que aproveite a oportunidade de investigar e entender melhor estas condições, que podem afetar pessoas de todas as idades.

ZAP //

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1 Comment

  1. Há décadas que os milhões as pessoas com Encefalomielite Miálgica/ Síndrome de Fadiga Crónica, um síndrome pós-viral, esperam pelo interesse e investimento da comunidade científica e não-científica. Será desta?

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