Os doentes com acromegalia produzem demasiada hormona do crescimento, o que faz com que os seus ossos, órgãos e tecidos cresçam de forma desproporcionada.
A acromegalia é uma doença que resulta da produção excessiva de hormona do crescimento após o fecho das placas de crescimento.
Na maior parte dos casos, o sintoma inicial é o crescimento das mãos e dos pés, podendo também ocorrer crescimento da testa, maxilar e nariz
Estima-se que esta condição afete 50 a 70 pessoas por milhão. No entanto, o número real de afetados pode ser mais elevado, uma vez que os sintomas se desenvolvem lentamente e, por isso, podem não ser reconhecidos.
A acromegalia ocorre quando a glândula pituitária, uma pequena estrutura hormonal no cérebro, produz demasiada hormona do crescimento durante um longo período de tempo. Esta hormona regula normalmente o crescimento físico do corpo, incluindo o crescimento dos ossos e dos músculos.
Na maioria dos casos, esta produção excessiva de hormona do crescimento resulta de um tumor não canceroso na glândula pituitária. No entanto, em casos mais raros, a doença pode ser desencadeada por tumores noutros locais do cérebro ou noutras partes do corpo, como os pulmões ou o pâncreas.
Estes tumores produzem eles próprios a hormona do crescimento ou produzem outra substância, conhecida como hormona libertadora da hormona do crescimento, que, por sua vez, leva a hipófise a produzir mais hormona do crescimento.
Algumas doenças genéticas podem causar acromegalia. Por exemplo, a neoplasia endócrina múltipla tipo 1 e o complexo de Carney são duas doenças raras que aumentam o risco de desenvolver tumores nas glândulas produtoras de hormonas.
Sintomas e tratamentos
Os sintomas da acromegalia começam geralmente depois da puberdade, mais frequentemente entre os 40 e os 50 anos de idade. A doença faz com que os ossos da pessoa aumentem de tamanho, principalmente nas mãos, no rosto e nos pés.
As caraterísticas visíveis desta condição na face inclui nariz, língua ou maxilar e lábios desproporcionalmente grandes. Noutras partes do corpo, os doentes podem desenvolver pêlos e pele mais espessos, sentir dores nas articulações e suar mais do que o habitual.
Podem também ter dores de cabeça, perda de visão e períodos irregulares nas mulheres que têm menstruação. Outros órgãos, como o coração, também podem aumentar de tamanho.
Se não for tratada, a acromegalia pode causar uma série de problemas de saúde, incluindo diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e doenças cardíacas. Pode também reduzir a esperança de vida de uma pessoa em cerca de 10 anos.
É muitas vezes confundida com o gigantismo, outra doença rara que provoca um crescimento excessivo em resultado de níveis elevados de produção da hormona do crescimento. No entanto, ao contrário da acromegalia, o gigantismo começa durante a infância.
Existem várias opções de tratamento para a acromegalia, dependendo do tamanho e da localização do tumor que está na origem da doença, da gravidade dos sintomas do doente, da sua idade e do seu estado geral de saúde.
A cirurgia e a radioterapia podem ser utilizadas para remover ou reduzir o tumor, enquanto os medicamentos podem ajudar a reduzir os níveis da hormona do crescimento que circula no corpo ou impedir que a hormona exerça os seus efeitos nos tecidos.
Em alguns casos, a acromegalia é curável. Em doentes com um pequeno tumor da hipófise que pode ser removido por cirurgia, a doença pode ser curada em 85% das vezes.
Nos doentes com tumores grandes mas removíveis, a doença pode ser curada entre 40% e 50% das vezes. Ao contrário da cirurgia, os medicamentos não podem curar a doença, mas podem ajudar a controlar os sintomas dos doentes.