Cientistas podem ter encontrado, finalmente, uma explicação para os chamados “dedos covid”, um sintoma que alguns pacientes infetados com o novo coronavírus apresentam.
De acordo com o site Live Science, estes casos de “dedos covid”, uma espécie de erupção cutânea nos dedos dos pés e das mãos, começaram a surgir logo nos primeiros dias da pandemia.
Na altura, foram vários os cientistas que expuseram as suas possíveis explicações para este sintoma, com alguns a sugerir que estas “feridas”, parecidas com frieiras, podiam ser causadas por uma inflamação; enquanto outros alegaram que podiam ser o resultado de pequenos coágulos sanguíneos nos dedos.
Agora, os resultados de um novo estudo, publicado na passada terça-feira na revista científica British Journal of Dermatology, sugerem que estas erupções cutâneas podem ser um sinal de uma resposta imunitária descontrolada do corpo.
Para esta pesquisa, a equipa de investigadores recrutou 50 pacientes que foram encaminhados para a especialidade de Dermatologia do Hospital Saint-Louis, em Paris, após se aperceberem desta condição estranha.
Segundo o mesmo site, os cientistas descobriram que a maioria dos participantes carregava altos níveis de autoanticorpos, proteínas geradas pelo sistema imunitário que inadvertidamente atacam os próprios tecidos do corpo.
A equipa também encontrou evidências de que, em comparação com pessoas saudáveis, estes pacientes mostraram uma atividade desenfreada de umas proteínas chamadas interferonas de tipo 1, que ajudam a regular a atividade do nosso sistema imunitário.
Por último, os participantes mostraram sinais de que o revestimento dos seus vasos sanguíneos havia sido danificado, o que também pode ter contribuído para o aparecimento destas erupções cutâneas.
De acordo com o jornal The Guardian, este sintoma aparece, geralmente, uma a quatro semanas depois de uma pessoa contrair o coronavírus SARS-CoV-2 e as erupções podem durar vários meses.
Porém, em declarações a este diário britânico, o podologista Ivan Bristow disse que, na maioria dos casos, os “dedos covid” eventualmente desaparecem por conta própria, não havendo necessidade de recorrer a medicação.