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O primeiro poster de um filme prepara-se para bater recordes em leilão

A 30 de setembro, a Heritage Auctions vai leiloar o primeiro poster de sempre de um filme, no âmbito de um leilão de Cartazes de Cinema. A leiloeira espera arrematar o poster de Marcellin Auzolle por um valor recorde.

A primeira projeção pública real de um filme teve lugar em Paris, em 1895, com a curta-metragem L’Arroseur Arrosé (O Regador Regado), uma comédia dos irmãos Lumière.

O evento foi promovido por um enorme cartaz de 120 x 158 cm, que mostrava um público entusiasmado a desfrutar deste novo tipo de entretenimento.

O poster, criado pelo prolífico artista de publicidade Marcellin Auzolle, assinalou a primeira projeção pública de filmes, organizada pelos irmãos Lumière a 28 de dezembro de 1895, no Grand Café em Paris.

Nesse dia, a indústria cinematográfica teve um começo pouco auspicioso. Apenas 30 dos 100 lugares previstos para a ocasião estavam ocupados, e o famoso projetor cinématographe dos irmãos Lumière estava colocado num escadote no centro.

A sessão, recorda a New Atlas, durou 15 minutos e incluía 13 das curtas metragens dos Lumière, cada uma com menos de um minuto.

Tal como acontece com a maioria das tecnologia emergentes, os Lumière tiveram dificuldades em imaginar exatamente como seria o futuro do meio de comunicação que acabavam de apresentar ao mundo.

Exatamente ao mesmo tempo, Guglielmo Marconi estava a fazer os primeiros testes de transmissão de sinais através de ondas de rádio a distâncias de vários quilómetros, acreditando que tinha criado uma nova tecnologia para comunicações entre navios e terra.

Embora quase todos os membros da imprensa convidados tenham falhado a presença nessa primeira exibição após o Natal, poucos dias mais tarde, antes do Ano Novo de 1896, o cinema improvisado já tinha filas intermináveis — e a popularidade do novo entretenimento não deixou de crescer até aos dias de hoje.

Segundo reza a história, nos dois primeiros dias de janeiro de 1896, mais de 2.000 espectadores pagaram 1 franco cada um para ver o espetáculo dos Lumière.

Foi o sucesso desta primeira experiência de visualização de imagens em movimento que levou a que os Lumière tivessem encomendado não um, mas na realidade dois cartazes para promover as suas projeções pela cidade de Paris.

Além do cartaz  de Marcellin Auzolle que agora vai a leilão, foi na altura também encomendado um segundo poster. Com 105,4 x 75,5 cm, este segundo cartaz foi criado por Henri Brispot (1846-1928), e mostrava uma multidão de pessoas à espera de entrar no Salon Indien.

Os dois cartazes, que sobreviveram quase 130 anos e chegaram aos nossos dias com todo o esplendor da sua beleza, representam o amanhecer de um dos mais importantes fenómenos culturais, artísticos e sociais da história da Humanidade — a acontecer algures numa sala de cinema perto de si.

ZAP //

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